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      Empresa dos EUA com 74 aviões da Embraer encomendados critica tarifaço de 50%

      "Vamos continuar lutando arduamente para avançar na questão tarifária", afirmou o CEO da Skywest

      Logo da Embraer em Genebra (Foto: REUTERS/Denis Balibouse)
      Leonardo Lucena avatar
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      247 - CEO da Skywest, Chip Childs afirmou ter 74 jatos da Embraer encomendados até 2032, mas disse que a companhia aérea americana "não está disposta a pagar uma tarifa de 50% sobre as entregas de novas aeronaves".

      "Temos a sensação de que as pessoas estão entendendo a importância disso para pequenas comunidades nos Estados Unidos, o impacto econômico disso para o nosso país. Vamos continuar lutando arduamente para avançar na questão tarifária", afirmou em uma conferência de imprensa na última semana, quando a Skywest apresentou o balanço financeiro do 2° trimestre.

      "Se a tarifa de 50% com o Brasil for implementada, planejamos trabalhar com nossos principais parceiros e a Embraer para adiar a entrega até que a situação tarifária seja resolvida", disse.

      Segundo análise da Gerência de Economia e Finanças Empresariais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), o aumento de 50% nas tarifas sobre exportações brasileiras imposto pelo governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, pode resultar em perdas de até R$ 175 bilhões para o Brasil no longo prazo. Esse cenário de guerra comercial pode reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) em 1,49% e eliminar mais de 1,3 milhão de empregos no país.

      Em uma situação hipotética em que o Brasil retaliasse com uma taxação equivalente de 50% sobre as importações norte-americanas, o impacto econômico seria ainda maior: o PIB poderia cair R$ 259 bilhões (2,21%), com perda de aproximadamente 1,9 milhão de empregos, redução de R$ 36,18 bilhões na massa salarial e queda de R$ 7,21 bilhões na arrecadação tributária.

      Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras, superado apenas pela China. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 40,4 bilhões em produtos para os EUA, valor equivalente a 1,8% do PIB nacional. Entre os principais itens comercializados estão combustíveis minerais, ferro e aço, máquinas e equipamentos mecânicos, aeronaves e café.

      O Brasil está entre os dez maiores mercados para as exportações dos EUA, recebendo anualmente cerca de US$ 60 bilhões em produtos e serviços. Mais de 6.500 pequenas empresas norte-americanas dependem de insumos brasileiros, e cerca de 3.900 companhias dos EUA têm investimentos no Brasil.

      O governo dos Estados Unidos justificou o aumento das tarifas citando, entre outros motivos, as investigações relacionadas ao suposto golpe contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, Washington iniciou uma investigação sobre as práticas comerciais brasileiras.

      Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a decisão norte-americana e afirmou que o Brasil adotará medidas com base na Lei de Reciprocidade Econômica. Essa legislação permite ao país retaliar contra barreiras comerciais por meio de revisão de concessões internacionais, restrições a investimentos estrangeiros e mudanças nas regras de propriedade intelectual e patentes.

      Comitiva

      Uma comitiva oficial do Senado Federal está em Washington, nos Estados Unidos, para discutir com parlamentares norte-americanos o aumento de 50% nas tarifas sobre exportações brasileiras, decretado pelo governo de Donald Trump. Na manhã desta terça-feira, o grupo realizou sua primeira reunião com autoridades diplomáticas e especialistas em comércio internacional na residência da embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Viotti.

      A delegação é formada pelos senadores:

      • Jacques Wagner (PT-BA)
      • Rogério Carvalho (PT-SE)
      • Carlos Viana (Podemos-MG)
      • Nelsinho Trad (PSD-MS)
      • Esperidião Amin (PP-SC)
      • Teresa Cristina (PP-MS)
      • Marcos Pontes (PL-SP)
      • Fernando Farias (MDB-AL)

      Além dos parlamentares, participou do encontro o ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), embaixador Roberto Azevêdo, cuja experiência em negociações comerciais internacionais pode contribuir para as discussões.

      A missão busca amenizar os impactos econômicos das novas tarifas, que podem afetar significativamente as exportações brasileiras e gerar perdas bilionárias para o país.
       

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