Em reunião com ministros, Lula descarta pacote unificado contra tarifaço de Trump e prioriza medidas setoriais
Presidente decidiu por anúncios pontuais, focados nos setores mais afetados, enquanto governo busca flexibilizações nas tarifas impostas pelos EUA
247 - Em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (31), no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por não divulgar um pacote unificado de medidas como resposta imediata ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Segundo o jornal O Globo, a estratégia adotada será a de anúncios pontuais, focados nos setores mais afetados e com peso relevante na pauta de exportações brasileiras para os EUA.
A definição do escopo dessas medidas, porém, dependerá do andamento das negociações com o governo norte-americano. O Palácio do Planalto avalia que, com o anúncio feito por Trump na quarta-feira (30), foi inaugurada uma segunda fase do processo negocial. A expectativa do governo brasileiro é obter novas exceções e flexibilizações à sobretaxa, tomando como referência experiências anteriores dos EUA em tratativas comerciais com países como a China.
Diante disso, o plano de contingência que vinha sendo elaborado para responder ao tarifaço está agora sendo reavaliado. O entendimento dentro do governo é de que ainda há margem para concessões por parte dos EUA, levando em conta o comportamento recente do governo Trump em negociações internacionais.
Participaram do encontro com Lula os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Sidônio Palmeira (Comunicação Social) e Alexandre Padilha (Saúde), além do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, que representou o vice-presidente Geraldo Alckmin, responsável por conduzir as tratativas comerciais com os EUA.
De acordo com interlocutores do Planalto, os anúncios devem ocorrer de forma escalonada nos próximos dias, a partir dos encaminhamentos feitos pela equipe de Alckmin junto ao setor empresarial. A principal preocupação do governo federal é proteger os empregos nas cadeias produtivas impactadas pelas novas tarifas.
Durante a reunião, Lula solicitou uma avaliação sobre os efeitos econômicos do tarifaço e cobrou sugestões de medidas para atenuar os danos provocados à economia brasileira.
Ainda segundo a reportagem, o encontro não tratou da inclusão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, na lista de sanções da chamada Lei Magnitsky. Mesmo assim, o presidente Lula manteve sua posição sobre o tema: considera inaceitável o conteúdo político da justificativa norte-americana para o tarifaço, e reforça que as conversas com Washington devem se limitar a aspectos econômicos. A defesa das instituições e da soberania nacional seguirá como princípio inegociável do governo brasileiro.
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