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Desafio do Banco Central é reduzir juros sem afetar o crescimento, afirma Galípolo

Presidente do BC diz que normalizar canais de transmissão da política monetária exigirá reformas estruturais e amplo debate social

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante coletiva de imprensa, em Brasília - 27/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (11) que o Brasil enfrenta o desafio de tornar mais eficazes os "canais de transmissão da política monetária", de forma que a redução das taxas de juros não comprometa o controle da inflação. A declaração foi feita durante reunião do Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), conforme informou o InfoMoney.

Segundo Galípolo, o país convive com juros estruturalmente elevados, mesmo em um cenário de crescimento econômico, o que exige repensar a forma como a política monetária atua. “Me parece que um dos temas centrais que a nossa geração vai ter que enfrentar é normalizar os canais de transmissão da política monetária. Ou seja, como é possível que o Brasil possa ser um paciente que, com doses menores do remédio — taxas de juros menos altas —, consiga o mesmo efeito de acomodação da atividade. Esse é um ponto essencial”, disse.

O presidente do BC destacou que essa mudança não se resolverá no curto prazo e depende de reformas de caráter estrutural. “Vai demandar mais tempo e será preciso uma série de medidas, que envolvem muita coisa que está além do mandato do BC e precisa ser discutido com a sociedade”, afirmou.

Comunicação alinhada

Galípolo também frisou que não pretendia transmitir nenhuma nova sinalização ao mercado além daquelas já presentes nas comunicações oficiais do Banco Central. Ele alertou que qualquer interpretação diferente de suas falas nesta segunda-feira “estaria equivocada”.

O dirigente ressaltou que há harmonia entre a comunicação oficial e as declarações dos diretores da instituição em eventos públicos, o que considera positivo. “A atual composição da autarquia é fantástica, com pessoas generosas, que possuem inteligência emocional e pouco ego”, concluiu.

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