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Galípolo: impulso fiscal mantém crescimento acima das previsões do mercado

Presidente do BC diz que políticas progressivas desde a pandemia ampliaram efeito das transferências e surpreenderam economistas

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo (Foto: REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo)

247 - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (11) que o atual volume de estímulo fiscal, mesmo sem acréscimo em relação ao previsto, tem provocado resultados econômicos mais fortes do que projetavam os analistas. A declaração foi feita durante evento em que avaliou a dinâmica recente do PIB e a relação com as políticas públicas. As informações são do portal InfoMoney.

Galípolo comparou as revisões constantes das projeções de crescimento com aplicativos de trânsito que recalculam o tempo de chegada a cada mudança no trajeto. “Tenho feito a brincadeira de que as projeções dos economistas para o crescimento do PIB têm se parecido um pouco com os aplicativos de trânsito: quando você sai da sua casa, ele te dá um tempo de previsão de viagem e a cada esquina ele vai recalculando. A gente tem se comportado um pouco assim”, disse, lembrando que o mercado tem ajustado as estimativas para cima.

Segundo o presidente do BC, uma das razões para essa surpresa é o caráter progressivo das políticas fiscais adotadas desde a pandemia, com transferências de renda para camadas da população com maior propensão ao consumo. Essa estratégia, explicou, potencializa o efeito do gasto público sobre a atividade econômica.

Galípolo também destacou que, desde 2023, indicadores de inflação, especialmente no setor de serviços, vêm recuando gradualmente. Com a taxa básica de juros (Selic) estável, isso elevou o juro real, ampliando o aperto monetário esperado para 2024. “Ou seja, com a inflação caindo e o mesmo juro nominal, você estava ampliando o aperto”, afirmou.

Ele observou que, embora as projeções para a política fiscal este ano tenham se mantido estáveis, as estimativas de PIB continuaram subindo. “Então, não é exatamente que você teve um impulso fiscal adicional, mas que o mesmo nível de gasto fiscal estava surpreendendo do ponto de vista de atividade econômica”, concluiu.

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