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Compra de jatos da Embraer é "maior movimento desde fusão LAN e TAM", diz CEO da Latam Brasil

Jerome Cadier diz que nova frota E195-E2 pode abrir até 35 destinos no Brasil e alerta para impacto da reforma tributária na aviação

Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil (Foto: Divulgação)

247 - O CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, afirmou nesta segunda-feira (22) que a decisão da companhia de adquirir aeronaves da Embraer representa “o maior movimento estratégico da Latam depois da fusão [entre a LAN e a TAM]”, em 2010. Em entrevista ao Valor Econômico, Cadier destacou que o acordo — que prevê até 74 jatos E195-E2, dos quais 24 já confirmados — vai redefinir a malha aérea da empresa nos próximos anos.

Segundo o executivo, a chegada dos novos modelos abre a possibilidade de até 35 novos destinos, a maioria em território brasileiro. Hubs como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza e Porto Alegre estão no radar para receber as primeiras operações. “A gente percebeu o quão bem se encaixava uma aeronave da Embraer na nossa estratégia de malha. É uma aeronave com número de assentos menor que a família A320 e, com isso, conseguimos dar continuidade ao crescimento de rotas”, explicou.

Cadier afirmou que a Latam se apressa agora para definir as novas rotas em até seis meses, já que a estreia dos E2 na frota está prevista para cerca de um ano. Ele adiantou que as conversas com governos estaduais sobre incentivos de ICMS serão parte essencial do processo.

O CEO também ressaltou que o mercado brasileiro ganhou importância dentro do grupo após o fim da recuperação judicial em 2022. Antes da pandemia, a Latam operava 44 destinos no país; hoje já são 59, com meta de chegar a 70 até o fim de 2025. “A gente conseguiria chegar a mais o menos 70 destinos [com o A320], mas ainda assim forçando”, avaliou.

Reforma Tributária pode afetar

Apesar do otimismo, Cadier alertou para o risco da reforma tributária em discussão no Congresso. Segundo ele, a carga de impostos sobre passagens domésticas — atualmente em 9% — pode saltar para algo próximo de 27%, encarecendo tarifas e reduzindo a capacidade de investimento da empresa.

“O quanto a gente vai exercer dessa opção [de 50 aeronaves adicionais] vai depender do quanto a gente vai ser penalizado na aviação pela reforma tributária. [...] A gente não está querendo redução de imposto. Estamos buscando manutenção da carga tributária atual. A reforma deve aumentar entre quatro a cinco vezes o recolhimento de imposto e ela desalinha o Brasil com todos os outros países", disse.

Para Cadier, a escolha do E195-E2 foi “puramente comercial e técnica”, e consolida a Embraer como parceira-chave da Latam em um novo ciclo de expansão. 

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