BNDES está pronto para financiar novas aeronaves da Embraer para Latam, afirma Mercadante

247 - O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira (22) que o banco está pronto para financiar a aquisição de novas aeronaves da Embraer, reforçando o apoio histórico à fabricante brasileira. O comentário foi feito após a Latam Airlines anunciar a compra de até 74 jatos do modelo E195-E2, sendo 24 encomendas firmes, avaliadas em cerca de US$ 2,1 bilhões, e outras 50 em opções de compra, com entregas previstas a partir do segundo semestre de 2026.

Mercadante destacou que a operação reafirma o protagonismo do Brasil no setor aeronáutico, com geração de tecnologia e empregos no país, e reforçou a parceria estratégica do BNDES com empresas nacionais. “O BNDES seguirá ao lado do desenvolvimento das empresas brasileiras e parabeniza a Latam Airlines e a Embraer por esta parceria estratégica”, disse o presidente em nota oficial.

Segundo o comunicado, o banco poderá participar do financiamento por meio do Fundo Nacional da Aviação Civil, que aguarda regulamentação do Conselho Monetário Nacional, ou por instrumentos tradicionais de crédito. O BNDES é acionista e parceiro histórico da Embraer: já financiou 1.352 aeronaves, em um volume de US$ 26,75 bilhões. Além disso, investe em tecnologia de ponta, com aportes recentes de R$ 500 milhões para a Eve Air Mobility desenvolver a unidade de produção de eVTOLs em Taubaté (SP), R$ 200 milhões para o protótipo e outros R$ 400 milhões em equity.

Expansão da Latam na América do Sul

De acordo com a Latam, as primeiras entregas estão previstas para o segundo semestre de 2026, inicialmente destinadas à operação no Brasil, com possibilidade de expansão para outras afiliadas da holding. A aérea estima que a chegada dos novos jatos permitirá adicionar até 35 destinos aos 160 já atendidos, reforçando sua posição como maior grupo de aviação do continente.

O CEO da companhia, Roberto Alvo, destacou que a decisão tem foco em crescimento sustentável. “Nos últimos quatro anos, o grupo LATAM tem se concentrado na expansão de sua malha aérea doméstica e regional, criando a forma mais abrangente e integrada de viajar dentro da América do Sul. A decisão do grupo LATAM é baseada na excelente eficiência do Embraer E195-E2 e sua versatilidade, que nos permitirão seguir em nossa trajetória de crescimento com rentabilidade, ampliando essa conectividade por meio da abertura de novos destinos, oferecendo ainda mais opções aos nossos passageiros, aproximando comunidades e impulsionando também o desenvolvimento econômico e social”, afirmou.

Impacto para a Embraer

O acordo também representa um marco para a Embraer, que aposta no E195-E2 como solução ajustada às necessidades do mercado regional. O presidente da fabricante, Francisco Gomes Neto, comemorou o avanço da parceria. “Essa parceria estratégica com o grupo LATAM reflete a necessidade da companhia aérea em escolher a aeronave mais eficiente e adequada para complementar sua frota e apoiar seu próximo ciclo de crescimento na América do Sul. O E195-E2 permitirá que as afiliadas da LATAM conectem mais destinos com a capacidade certa, ao mesmo tempo em que oferecem maior conforto aos passageiros. Estamos extremamente orgulhosos de que o grupo LATAM tenha feito a melhor escolha para avançar na conectividade da região e para o futuro que construiremos juntos”, declarou.

Tecnologia e sustentabilidade

O Embraer E195-E2 é equipado com motores Pratt & Whitney GTF, tecnologia fly-by-wire e design aerodinâmico otimizado. Com esses avanços, a aeronave garante redução de até 30% no consumo de combustível por assento em comparação aos modelos anteriores, além de maior conforto para os passageiros, com configuração 2-2 que elimina o assento do meio.

Hoje, a frota da Latam soma 362 aviões, incluindo modelos Airbus, Boeing e cargueiros. Desde 2021, a companhia aumentou em 24% sua malha, passando de 129 para 160 destinos. A chegada dos E195-E2 deve ampliar a flexibilidade operacional dos hubs e abrir espaço para novas rotas regionais, consolidando ainda mais a conectividade do grupo no continente.