CNI vai liderar missão de empresários para ajudar nas negociações contra tarifaço dos EUA
Ricardo Alban afirma que entidades brasileiras e americanas tentarão sensibilizar governos sobre prejuízos da taxação de 50% sobre produtos do Brasil
247 - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai liderar, nas próximas semanas, uma missão empresarial aos Estados Unidos com o objetivo de reforçar a pressão contra a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo governo de Donald Trump. O presidente da CNI, Ricardo Alban, confirmou a iniciativa durante fórum com representantes do setor produtivo realizado nesta sexta-feira (25). A informação foi publicada originalmente pelo O Globo.
Segundo Alban, a mobilização busca engajar empresas brasileiras e americanas para demonstrar aos dois governos os impactos negativos da medida, que pode entrar em vigor já no próximo dia 1º de agosto. “Principalmente para que a gente possa discutir a conveniência, pertinência e a adequação de juntar as empresas americanas em um futuro próximo, nas próximas duas ou três semanas, em caso de se confirmar as tarifas”, afirmou.
A ideia, segundo ele, é articular uma visita aos EUA para “sensibilizar as empresas brasileiras ao governo brasileiro, e na sensibilização das empresas americanas junto ao governo americano”.
Alban fez questão de esclarecer que a missão empresarial não buscará interferir diretamente na negociação oficial entre os países, que é atribuição exclusiva dos governos. “Não é envolvendo jamais a negociação direta, que cabe aos governos, mas para que possamos ser um facilitador dessa convergência de negociações”, pontuou.
Apesar da tentativa diplomática, o governo brasileiro tem enfrentado dificuldades para obter resposta da Casa Branca. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, relataram que os contatos enviados aos norte-americanos ainda não foram respondidos.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, Haddad afirmou que a elevação tarifária pode gerar forte desorganização nas cadeias produtivas globais. Segundo ele, empresas brasileiras e até mesmo norte-americanas já estão acionando a Justiça nos EUA contra a medida. “Tem muitas empresas entrando com ação judicial nos EUA, inclusive empresas americanas. Isso [a taxação] desorganiza as cadeias produtivas, tanto do Brasil quanto dos EUA”, declarou.
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