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Brasil e Chile podem virar paraísos de data centers, aponta estudo

Estudo do BTG Pactual aponta Brasil e Chile como destinos promissores para data centers, mas alerta para desafios regulatórios

Brasil e Chile podem virar paraísos de data centers, aponta estudo (Foto: Reprodução/Freepik)

247 - Um relatório do BTG Pactual revela que Brasil e Chile possuem condições únicas para se consolidarem como polos de data centers na América do Sul. O estudo , segundo a CNN Brasil, destaca vantagens naturais e estruturais, mas também aponta entraves em energia e regulação que precisam ser superados para que os dois países aproveitem o crescimento da inteligência artificial.

Segundo o documento, empresas brasileiras como Eletrobras, Auren, Copel, Engie, Cemig, Equatorial, CPFL e Neoenergia podem se beneficiar diretamente dessa tendência. “Se Brasil e Chile souberem enfrentar suas respectivas ineficiências, ambos os países podem se tornar verdadeiros paraísos para data centers”, afirma o relatório.

Vantagens competitivas: energia e água em abundância

Brasil e Chile possuem ampla disponibilidade de água para resfriamento e capacidade elétrica suficiente para atender à expansão dos data centers. No entanto, o estudo alerta que, no caso brasileiro, há desperdício de mais de 20% da energia renovável no Nordeste por falta de transmissão ou excesso de oferta.

O BTG recomenda atacar esse gargalo, além de promover isenção tributária para equipamentos de data centers e garantir segurança regulatória no uso de dados.

Críticas à MP 1.307 e aos incentivos limitados

A Medida Provisória 1.307, que concede incentivos fiscais apenas a data centers instalados em Zonas de Processamento de Exportação, foi criticada pelo relatório. Para o banco, a política “não foi ideal, pois favorece geografias específicas”.

Outro ponto controverso é a exigência de que novas instalações utilizem apenas energia de “nova capacidade”, mesmo com excesso de oferta de eletricidade no Nordeste.

O cenário internacional pressiona por alternativas

Nos Estados Unidos, a demanda por data centers deve saltar de 31 GW em 2024 para 83 GW em 2030, segundo a Agência Internacional de Energia. Esse crescimento já pressiona regiões como a Virgínia e a Califórnia, onde a fila de espera para conexão pode chegar a sete anos.

Na Irlanda, onde os data centers respondem por 20% do consumo energético, novas conexões estão suspensas até 2030. Esse cenário abre espaço para a América do Sul atrair investimentos, com Brasil e Chile no centro das atenções.

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