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Amcham Brasil alerta que tarifaço dos EUA pode afetar 10 mil empresas e 3,2 milhões de empregos

Entidade defende solução negociada para evitar “impactos muito severos para a economia brasileira e também para a economia americana”

(Foto: Cadu Gomes/VPR)
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247 - A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar a tarifa de importação para produtos brasileiros preocupa o setor empresarial e acende um alerta sobre os impactos econômicos da medida. De acordo com dados divulgados pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), aproximadamente 10 mil empresas nacionais que exportam para os EUA podem ser prejudicadas diretamente. Juntas, essas empresas empregam 3,2 milhões de trabalhadores no país. As informações são do g1.

Em nota, a Amcham Brasil afirmou que: “o nosso desejo — que é um sentimento, acho que unânime no setor empresarial aqui no Brasil — é o de se buscar a construção de uma solução negociada entre os dois governos”, e acrescentou que a medida “teria impactos muito severos para a economia brasileira e também para a economia americana”.

A entidade representa mais de 3.500 empresas com o objetivo de fortalecer as relações comerciais com os Estados Unidos. Nesta quarta-feira (16), a Amcham participou de uma reunião em Brasília com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, na qual apresentou preocupações concretas de seus associados quanto aos efeitos da nova política tarifária.

“Acreditamos que essa seja a via adequada [solução negociada], e o setor empresarial brasileiro e americano tem buscado contribuir com o governo brasileiro — e também do lado americano — trazendo essas suas percepções”, prosseguiu a organização.

Durante o encontro, Alckmin destacou que grandes empresas norte-americanas com presença no Brasil também seriam afetadas pela tarifa de 50% anunciada por Trump, prevista para entrar em vigor em agosto. “Nós queremos todo mundo unido para resolver essa questão. E as empresas têm um papel importante, tanto as brasileiras, que, aliás, têm indústrias nos Estados Unidos, quanto as empresas americanas”, declarou. Ele citou como exemplos a General Motors, que celebrou 100 anos no Brasil este ano, além da Johnson & Johnson e da Caterpillar, com 90 e 70 anos de atuação no país, respectivamente.

O vice-presidente reforçou que o governo brasileiro está empenhado em evitar os impactos negativos do aumento tarifário por meio do diálogo entre os dois países. “O setor empresarial brasileiro e americano tem buscado contribuir com o governo brasileiro e contribuir também do lado americano, trazendo essas suas percepções”, disse.

Ainda segundo a a reportagem, a Amcham ressalta que o Brasil, apesar de possuir uma tarifa média de importação de 12,4% para o mundo, aplica uma carga efetiva média de apenas 2,7% sobre produtos oriundos dos Estados Unidos. Isso se deve à isenção de impostos em itens como aeronaves, petróleo bruto e gás natural, além do uso de regimes especiais — como drawback, ex-tarifário e Recof — que reduzem ou eliminam tributos de certos produtos importados.

A entidade explicou que “mais de 48% das exportações americanas para o Brasil entram sem tarifas, e outros 15% estão sujeitos a alíquotas de no máximo 2%”, o que evidencia, segundo ela, uma política comercial brasileira já amplamente aberta às importações dos Estados Unidos.

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