China convoca membros da OMC a enfrentar turbulência comercial
Pequim pede ação coordenada para preservar o multilateralismo e a estabilidade no comércio global
247 – A China defendeu, em reunião do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), a necessidade de uma resposta coletiva dos países-membros diante da crescente turbulência no comércio internacional.
O tema foi incluído na agenda pela delegação chinesa sob o título “Turbulência comercial intensificada e a resposta da OMC”, discutido entre segunda e terça-feira passadas.
De acordo com o Diário do Povo, o embaixador da China junto à OMC, Li Yongjie, alertou que as atuais políticas unilaterais de grandes economias estão gerando instabilidade econômica global, prejudicando cadeias de suprimentos e desestabilizando mercados. Ele ressaltou que alguns países foram coagidos a firmar acordos comerciais que afetam terceiros.
Li destacou que o sistema de comércio multilateral, sustentado por regras internacionais, vem sendo corroído por práticas que privilegiam relações de poder.
Para enfrentar esse cenário, o representante chinês propôs três medidas principais: ampliar a transparência e o monitoramento, reafirmar coletivamente o compromisso com o sistema de comércio multilateral e adotar ações concretas que permitam à OMC apresentar resultados práticos.
Diversos membros da OMC expressaram apoio à defesa do multilateralismo. União Europeia, Brasil, Austrália, Suíça e Paquistão destacaram a importância de reforçar os princípios da instituição e de avançar na sua reforma.
Já Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul solicitaram que o Secretariado da OMC intensifique a fiscalização de tarifas unilaterais e de acordos bilaterais, incentivando os países a notificarem a OMC sobre esses acordos.
Nações em desenvolvimento também se manifestaram sobre os impactos negativos da instabilidade no comércio global. Nigéria e Bangladesh alertaram que tarifas unilaterais e incertezas mercadológicas afetam de forma desproporcional os países vulneráveis, pedindo maior apoio da OMC. Venezuela, Nicarágua e Cuba foram além e condenaram diretamente as práticas coercitivas dos Estados Unidos, incluindo as medidas tarifárias.