Suíça dobra aporte e repassa R$ 33 milhões ao Fundo Amazônia durante a COP30
Suporte inédito reforça parceria Brasil-Suíça na proteção da Amazônia e na transição ecológica global
247 - Neste domingo (9), durante evento “Presença Suíça na COP30”, no Museu Paraense Emílio Goeldi, a Embaixada da Suíça no Brasil anunciou oficialmente a doação de 5 milhões de francos suíços — equivalentes a aproximadamente R$ 33 milhões — ao Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A informação foi recebida como um fortalecimento da cooperação bilateral na agenda de conservação da floresta.
O aporte marca a duplicação da contribuição suíça ao Fundo, que com esse novo valor passa superar os R$ 60 milhões desde o início da parceria. O anúncio foi formalizado no evento “Presença Suíça na COP30”, organizado pela Embaixada da Suíça, pela Swissnex e pela Agência Suíça de Cooperação, na presença de altos representantes dos governos brasileiro e suíço, além da presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o gesto reforça a confiança internacional no Brasil e na governança do Fundo Amazônia. Segundo ele:
“A nova contribuição da Suíça confirma que estamos no caminho certo. O Fundo Amazônia atingiu um patamar inédito: passamos de cerca de R$ 300 milhões anuais para mais de R$ 1,2 bilhão por ano em financiamentos, apoiando 650 instituições em 75% dos municípios da Amazônia. É uma prova de que resultados concretos geram confiança. Agora, o nosso desafio é transformar o arco do desmatamento no arco da restauração, com ciência, tecnologia, inclusão social e cooperação internacional. Proteger a Amazônia é proteger o futuro do planeta - e fazemos isso junto com quem acredita nessa agenda”.
Já a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ressaltou o valor estratégico da parceria:
“Estamos vivendo um momento decisivo. Reduzimos o desmatamento, fortalecemos a fiscalização e ampliamos o apoio às populações da floresta porque recuperamos as instituições e a governança ambiental do país. O Fundo Amazônia já está presente em 75% dos municípios da região, apoiando projetos que vão do combate às queimadas à segurança alimentar dos povos indígenas. Cada parceria internacional, como esta com a Suíça, é mais do que um aporte financeiro: é um compromisso compartilhado com a vida, com a floresta e com um modelo de desenvolvimento que gere justiça climática e oportunidades sustentáveis. Proteger a Amazônia é proteger o futuro do planeta”.
Segundo o embaixador da Suíça no Brasil, Hanspeter Mock:
“Por meio dessa parceria, apoiamos os esforços do governo federal para fortalecer a capacidade dos órgãos ambientais responsáveis pelo monitoramento, pela prevenção e pelo combate ao desmatamento ilegal, à degradação ambiental e aos incêndios florestais. O Ministério do Meio Ambiente anunciou recentemente resultados impressionantes na redução do desmatamento na Amazônia, alcançando, no último ano, o terceiro menor índice já registrado na história da região. Sentimo-nos honrados em contribuir para esse avanço e em caminhar ao lado do Brasil nesse trabalho”.
O novo montante reforça o papel do Fundo Amazônia como principal instrumento global de financiamento de ações de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) e dá seguimento à retomada dos aportes internacionais, após suspensão de doações em anos anteriores.
Em dezessete anos de operação, o Fundo já beneficiou cerca de 260 mil pessoas por meio de mais de 600 organizações comunitárias e com apoio a 144 projetos em todos os nove estados da Amazônia Legal. O mecanismo tem sido destacado como relevante para o cumprimento dos compromissos brasileiros no âmbito do Acordo de Paris e do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
Com a Suíça, o Brasil agrega mais um país doador ao Fundo, que já contava com contribuições de Alemanha, Noruega, Reino Unido, Dinamarca, Estados Unidos, Japão, Irlanda e União Europeia. A transparência dos dados — doações, contratos e desembolsos disponíveis publicamente — fortalece a credibilidade do modelo.
Durante a COP30, o BNDES também anunciou que, desde 2023, já mobilizou cerca de R$ 7 bilhões em iniciativas de restauração ecológica, manejo sustentável e desenvolvimento de cadeias florestais. No bioma amazônico, o programa “Arco da Restauração”, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, já mobilizou R$ 2,4 bilhões.


