Segundo dia da Cúpula do Clima terá debates sobre transição energética
Líderes mundiais debatem em Belém formas de acelerar a transição energética e reforçar os compromissos do Acordo de Paris
247 - A Cúpula do Clima, realizada em Belém (PA), chega nesta sexta-feira (7) ao seu segundo e último dia com uma agenda voltada à transição energética, ao fortalecimento do Acordo de Paris e às estratégias de financiamento global para o combate à crise climática. O evento reúne chefes de Estado, ministros e representantes de mais de 70 países.
A conferência antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que ocorrerá também em Belém, entre 10 e 21 de novembro. O encontro tem como meta reforçar os compromissos multilaterais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e dar novo impulso às negociações que marcarão as próximas duas semanas de debates oficiais da COP.
Debates e programação
A programação desta sexta-feira começou com a chegada das delegações à Zona Azul, espaço restrito a chefes de Estado, diplomatas, observadores e imprensa credenciada. Após a tradicional foto de família, os líderes retomaram seus discursos sobre a urgência climática.
Um dos principais temas em discussão é a transição energética. O Brasil defende que essa mudança precisa ocorrer com justiça climática, conciliando a proteção das florestas com o desenvolvimento sustentável e a redução das desigualdades sociais. À tarde, ocorre a Terceira Sessão Temática da Mesa de Líderes, com o tema “10 anos do Acordo de Paris: Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e Financiamento”.
Diplomacia e cooperação internacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma nesta sexta-feira sua agenda de encontros bilaterais, com destaque para reuniões com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e com o presidente de Moçambique, Daniel Chapo. Lula tem reiterado que a crise climática, por sua natureza global, só pode ser enfrentada com cooperação internacional e fortalecimento do multilateralismo.
Abertura com alerta global
Na abertura da cúpula, realizada na quinta-feira (6), Lula fez um apelo para que os países adotem medidas concretas e imediatas contra o aquecimento global. O presidente citou o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que alerta sobre a dificuldade crescente de limitar o aumento da temperatura média do planeta a 1,5°C.
“A COP 30 será a COP da verdade. É o momento de levar a sério os alertas da ciência. É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la”, declarou Lula durante o discurso de abertura.
Após a cerimônia, o presidente recebeu líderes mundiais em um almoço oficial para o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que já conta com US$ 5,5 bilhões em recursos iniciais. O anúncio foi feito em entrevista coletiva que contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas).
Contexto histórico
A Cúpula do Clima tem como objetivo preparar o terreno político para a COP 30, evento que sucederá a histórica Eco-92, também realizada no Brasil. Desde então, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) estabelece como meta central estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera — um desafio que, mais de três décadas depois, continua a exigir respostas urgentes e coordenadas.


