Presidente da COP30 garante hospedagem a “preços razoáveis” em Belém e cita adaptação até de Paris para sediar evento
André Corrêa do Lago afirma que preocupações com leitos estão sendo resolvidas e reforça que nenhuma cidade está pronta para receber uma COP
247 - O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, reafirmou nesta sexta-feira (15) que Belém (PA) estará preparada para receber a conferência climática marcada para daqui a três meses. Em entrevista reproduzida pelo O Globo, ele destacou que nenhum município no mundo é naturalmente estruturado para sediar um evento desse porte, que reúne cerca de 50 mil participantes e centenas de chefes de Estado. Segundo ele, até Paris precisou realizar obras específicas para receber a COP21, em 2015.
A fala ocorre em meio a críticas e pressões internacionais motivadas pela baixa oferta de hospedagem na capital paraense e pelo aumento expressivo dos preços. A situação fez com que alguns países cogitassem reduzir suas delegações, e chegou-se a aventar a possibilidade de mudar a sede — hipótese descartada pelo governo brasileiro.
“Posso garantir que as preocupações estão sendo resolvidas e que vai ter quarto em preços mais razoáveis. Nenhuma cidade do mundo é planejada para receber naturalmente uma COP. Paris teve que fazer medidas especiais, todas as sedes tiveram que fazer medidas especiais”, declarou Corrêa do Lago.
Participação ao lado de Al Gore
A declaração foi dada durante evento no Rio de Janeiro, ao lado do ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, fundador do Climate Reality Project. A ONG realiza seu 60º treinamento de novas lideranças climáticas e contou com a presença de Corrêa do Lago como convidado especial.
Durante o painel, Al Gore questionou o presidente da COP30 sobre a meta de redução no uso de combustíveis fósseis. Corrêa do Lago ressaltou que a transição energética será um dos pilares centrais da conferência e defendeu que seu avanço depende do engajamento de toda a sociedade.
Combate às fake news climáticas
O presidente da COP30 também criticou o crescimento da desinformação relacionada às mudanças climáticas, destacando que o discurso negacionista está se transformando.
“Estamos vivendo um estranho momento, de fake news climáticos complexos. O novo desafio é que há esforços para retratar que seria ruim para a economia, empregos, enfrentar isso. Essa é a narrativa”, afirmou.