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Vale anuncia investimentos de R$ 67 bilhões em Minas Gerais para retomar mina em Ouro Preto

Companhia amplia foco em mineração responsável, com redução de impacto ambiental e tecnologia inovadora no setor

Logo da Vale, no Rio de Janeiro 07/08/2017 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

247 - A Vale, uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo, revelou nesta quinta-feira, 4 de setembro, um plano de investimentos de R$ 67 bilhões até 2030 no setor de mineração de Minas Gerais, com destaque para a retomada da mina Capanema, em Ouro Preto. A informação foi divulgada pela Reuters.

A mina de Capanema, que estava inativa há 22 anos, recebeu um investimento inicial de R$ 5,2 bilhões e passará a produzir aproximadamente 15 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, o que contribuirá para o alcance da meta da Vale de 340 a 360 milhões de toneladas anuais até 2026.

Segundo a mineradora, o novo processo de operação da unidade será marcado pela ausência do uso de água no processamento do mineral e pela eliminação de rejeitos, o que elimina a necessidade de barragens – estruturas responsáveis pelos desastres de Brumadinho e Mariana.

Em nota, Gustavo Pimenta, presidente da Vale, destacou que "Capanema exemplifica a nova fase da mineração em Minas Gerais e reforça nosso compromisso com um processo produtivo mais responsável, minimamente invasivo e com tecnologia e inovação aplicadas para o melhor aproveitamento dos recursos minerais e para iniciativas de descarbonização."

Os recursos fazem parte do plano estratégico "Visão Vale 2030" e se alinham com as metas da companhia de promover práticas mais sustentáveis e seguras. De acordo com a mineradora, a maior parte dos investimentos será destinada a projetos como o de Capanema, que incluem a ampliação da filtragem e do empilhamento a seco dos rejeitos, diminuindo gradualmente o uso de barragens nas operações no Estado, de 30% para 20%.

Rogério Nogueira, vice-presidente executivo Comercial e de Desenvolvimento da Vale, enfatizou que "esses projetos oferecerão mais segurança na produção do portfólio de alta qualidade, que requer etapas de concentração do minério, especialmente o 'pellet feed high grade', essencial para as rotas de redução direta na produção de aço com menor emissão de gases de efeito estufa."

Além da mina de Capanema, a Vale também investirá na modernização de cinco complexos operacionais, que incluirão melhorias na gestão das estruturas geotécnicas das minas, renovação da frota e aprimoramento da conectividade em Minas Gerais. Outro ponto relevante é o Programa de Descaracterização de Estruturas a Montante, iniciado em 2019, que já executou cerca de 60% das obras de eliminação de barragens e diques no estado. Das 13 estruturas remanescentes, oito já estão em andamento.

A empresa também tem ampliado suas iniciativas de "mineração circular", com o reprocessamento de minério de ferro de estruturas em descaracterização, como as pilhas de estéril da mina Serrinha e a barragem Vargem Grande. Desde 2020, esses programas têm ajudado a eliminar riscos e a reduzir os impactos ambientais, gerando uma maior eficiência no uso de recursos minerais. Em 2025, a Vale já produziu cerca de 9 milhões de toneladas a partir dessas práticas, o que representou um aumento de 14% em relação ao mesmo período de 2024. A companhia acredita que até 2030, pode alcançar até 10% de sua produção total por meio dessas fontes, com Minas Gerais contribuindo com cerca de 80% desse volume.

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