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      'Trump, nossa soberania é feita pelo povo brasileiro, e aqui ninguém põe a mão', afirma Lula

      Presidente reage à carta de Donald Trump e exige respeito à Justiça, à economia e às decisões internas do Brasil

      Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de entregas do governo federal ao Vale do Jequitinhonha - Parque de Eventos de Minas Novas, Minas Novas-MG (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Durante pronunciamento nesta quinta-feira (24), no Vale do Jequitinhonha (MG), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu com firmeza as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que publicou em seu site uma carta com ameaças diretas ao Brasil. O documento, que não foi enviado por canais diplomáticos formais, gerou forte reação do líder brasileiro.

      "Eu, de surpresa, recebi uma carta do presidente Trump. Mas não como uma carta que eu mando para os outros presidentes. Eu recebi pelo jornal, porque ele publicou uma carta no site dele fazendo uma ameaça ao Brasil", revelou Lula, diante de uma plateia que o ovacionou. Na publicação, Trump exige o fim do que chamou de "perseguição" a Jair Bolsonaro (PL), critica a regulação das big techs no Brasil e ameaça aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros caso não haja resposta até o dia 1º de agosto.

      "Desrespeito com o Brasil e a Justiça brasileira" - Lula classificou a atitude de Trump como afrontosa e mentirosa, criticando ponto a ponto a carta. "Foi a primeira coisa que ele fez, um desaforo, desrespeito com o Brasil e com a Justiça brasileira", afirmou. "Depois ele disse: 'nossas big techs, nossas empresas, não podem ser controladas, não pode ter controle porque isso é ferir a liberdade de expressão'. Não. O que queremos é evitar a liberdade de agressão. [...] Nós vamos proteger nosso povo e aqui dentro do Brasil elas serão regulamentadas."

      O presidente também desmentiu a acusação de que os Estados Unidos estariam sofrendo prejuízos comerciais nas relações bilaterais. "É mentira. Em 15 anos, os americanos tiveram superávit de US$ 410 bilhões em negócios com o Brasil", pontuou.

      "Imperador do mundo nós não queremos" - A carta de Trump foi acompanhada de uma ameaça explícita de sanções caso o governo brasileiro não respondesse até 1º de agosto. Lula, no entanto, reagiu com ironia e altivez: "Eu não sou mineiro, mas sou bom de truco. E se ele estiver 'trucando', ele vai tomar um 6".

      Lula ressaltou que o Brasil mantém uma tradição diplomática de diálogo e que aguardava respostas concretas dos Estados Unidos a propostas já enviadas. "No dia 16 de maio**,** mandamos uma carta para eles pedindo explicação das propostas que tínhamos feito. Não responderam."

      Defesa da soberania brasileira - Encerrando sua fala com uma convocação simbólica à população, Lula fez um apelo direto ao presidente dos Estados Unidos. "Presidente Trump, a nossa soberania é feita por esse povo brasileiro, que trabalha, que produz", disse. E completou: "Temos 8,5 milhões de km² para proteger, 8,5 mil km de fronteira marítima para proteger, 16,7 mil km de fronteira terrestre, a maior floresta do mundo, 12% da água doce do mundo, 215 milhões de pessoas, todo o nosso petróleo, todo o nosso ouro, todos os minerais ricos que vocês querem — e aqui ninguém põe a mão. Esse país é do povo brasileiro."

      Em tom firme, Lula também reforçou sua disposição para manter relações diplomáticas respeitosas: "A única coisa que eu peço ao governo americano é que respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano. O Trump foi eleito para ser presidente deles. Imperador do mundo nós não queremos. Nós somos donos do nosso nariz. Se quiserem negociar, nós queremos negociar. Temos os melhores negociadores do mundo."

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