Setores do agro querem chapa Tarcísio-Tereza Cristina em 2026
Setor rural vê na senadora perfil de equilíbrio para possível composição presidencial apoiada por Bolsonaro
247 - O nome da senadora Tereza Cristina (PP-MS) ganhou força entre lideranças do agronegócio como possível vice do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma candidatura à Presidência em 2026. A movimentação ocorre em meio a articulações políticas que envolvem o apoio de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o O Globo, a ex-ministra da Agricultura é apontada como figura capaz de dialogar tanto com o eleitorado feminino quanto com a base conservadora, além de ser considerada uma voz ponderada dentro do bolsonarismo. Tereza integra a federação União Brasil-PP, da qual deve sair o nome para a vaga de vice em eventual chapa de centro-direita.
Histórico e perfil político
Durante o governo Bolsonaro, Tereza Cristina ocupou a pasta da Agricultura, onde consolidou apoio junto ao setor rural. Em 2022, chegou a ser cogitada como vice, mas o então presidente escolheu o general Walter Braga Netto. Nos últimos anos, a parlamentar também se destacou no Congresso por adotar posições consideradas moderadas, como no debate sobre a Lei da Reciprocidade Econômica.
Apoios e resistências internas
Líderes do setor rural levaram seu nome a Bolsonaro e ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, sem encontrar resistência. Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura na mesma gestão em que Tereza chefiou a Agricultura, também teria simpatia pela composição.
Entretanto, dentro do PP a disputa pode ser acirrada. O senador Ciro Nogueira (PI), ex-ministro da Casa Civil, não esconde o desejo de ocupar a vaga de vice. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chegou a classificá-lo como “um ótimo nome”. Outra possibilidade seria Michelle Bolsonaro, embora a ex-primeira-dama seja mais cotada para concorrer ao Senado pelo Distrito Federal.
Agro em defesa da senadora
O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Pedro Lupion (PP-PR), elogiou o perfil da senadora e reforçou que o setor vê nela uma representante de confiança. “Estaremos com o Tarcísio, caso ele seja o candidato apoiado pelo Bolsonaro. É provável que o vice seja da federação União-PP, e a Tereza é um nome mais do que perfeito para nós, do agro. É ponderada, de confiança, entende nossas bandeiras”, afirmou.
Procurada, Tereza Cristina negou qualquer tratativa sobre uma candidatura a vice. Por meio de sua assessoria, declarou que “ninguém é candidato a vice” neste momento.
Estratégia de Tarcísio e decisão final
Apesar das movimentações, Tarcísio reafirmou nesta semana que disputará a reeleição em São Paulo, após seu primeiro encontro com Bolsonaro desde a condenação do ex-presidente a 27 anos de prisão. Aliados avaliam que a insistência no projeto estadual tem como objetivo conter especulações e ganhar tempo.
Valdemar Costa Neto reforçou que a palavra final sobre a composição será de Bolsonaro. “Quem vai escolher o candidato a presidente e a vice é o Bolsonaro, na hora certa. Se Tarcísio for candidato ao Planalto, será pelo PL. Se tentar a reeleição em São Paulo, será pelo Republicanos”, declarou.
Assim, a possível candidatura de Tarcísio à Presidência permanece em aberto, mas o agronegócio já deixou clara sua preferência por Tereza Cristina como parceira de chapa.