Em projeto presidencial, Eduardo Bolsonaro prepara debandada do PL
Em disputa com Valdemar Costa Neto por mais recursos e influência, Eduardo considera deixar o PL
247 - Os rumores sobre uma possível saída de Eduardo Bolsonaro do PL ganharam força nas últimas semanas, movimentando os bastidores de Brasília. O estopim, segundo dirigentes do partido, estaria ligado a insatisfações financeiras e à falta de estrutura para comunicação, essencial para a manutenção de sua articulação internacional.
De acordo com informações publicadas pelo g1, aliados de Valdemar da Costa Neto afirmam que Eduardo Bolsonaro chegou a demonstrar desconforto até mesmo com os recursos destinados ao PL Mulher, liderado por Michelle Bolsonaro. A frente feminina, segundo dirigentes próximos ao presidente da legenda, tornou-se uma “potência”, com capacidade de mobilizar eventos em todo o país, enquanto Eduardo tem priorizado sua presença nos Estados Unidos, onde o partido não possui articulação direta.
Disputas internas e busca por espaço
Incentivado pela ala mais radical da legenda, Eduardo Bolsonaro avalia que não encontra espaço no PL para consolidar sua trajetória como possível herdeiro político do pai. A saída do partido ainda não tem data definida, mas nos bastidores fala-se em uma situação “insustentável”. O PRTB surge como um destino provável para o deputado, embora a movimentação seja vista por alguns como um blefe calculado.
Parlamentares próximos ouvidos pela reportagem ressaltam que, se de fato abandonar o PL, Eduardo perderia a blindagem política que hoje é garantida pela liderança de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) na Câmara dos Deputados. Essa proteção tem sido crucial para resguardar seu mandato em meio às disputas internas.
Pressão sobre a família Bolsonaro
Ainda segundo relatos de integrantes do PL, as tentativas de conter os movimentos do deputado já não encontram eco dentro da legenda. Lideranças chegaram a enviar recados a Jair Bolsonaro, sugerindo que a própria família intervenha diante do impasse com o filho “03” do ex-presidente.
A movimentação de Eduardo Bolsonaro, portanto, abre uma frente de incerteza: se concretizada, pode levar consigo até 30 deputados, redesenhando o mapa de forças da direita no Congresso e ampliando a disputa por protagonismo político no campo conservador brasileiro.