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Presidente do INSS manifesta preocupação com possibilidade de Nikolas em relatoria de CPMI: 'gerou pânico com informação falsa'

Gilberto Waller Júnior afirma que vídeo viral do parlamentar gerou pânico desnecessário entre aposentados e pensionistas

Gilberto Waller Júnior, presidente do INSS (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
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247 - O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, expressou preocupação com a disseminação de informações incorretas sobre fraudes em benefícios previdenciários que afetam aposentados e pensionistas brasileiros. As declarações foram feitas em entrevista ao UOL nesta quarta-feira (2).

A manifestação do presidente do INSS ocorre em meio à discussão sobre a indicação do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) como possível relator da CPMI que apura os descontos indevidos no instituto previdenciário. Sobre essa possibilidade, Waller declarou: "A nossa população precisa de informação".

O gestor fez críticas específicas ao conteúdo de um vídeo produzido pelo parlamentar bolsonarista, que teria causado alarme entre beneficiários da Previdência Social. "Uma das críticas que eu tenho foi confundir num vídeo que ele [Nikolas] fez a questão dos empréstimos consignados com descontos associativos, dizendo que essa questão do desconto associativo gerou um prejuízo de 90 bilhões de reais. Isso é uma informação falsa", declarou Waller.

O presidente do INSS demonstrou abertura ao diálogo e à transparência, mas estabeleceu condições claras. "Se a ideia for informar, se for transparente, se for colocar limpo, seja quem for, será bem-vindo", afirmou o dirigente. No entanto, Waller alertou para os riscos da propagação de dados incorretos. "O que a gente não pode ter é, na verdade, a desinformação, é gerar pânico, gerar ansiedade. Muitos dos nossos brasileiros ficaram preocupados com o desconto associativo pela desinformação, achando que todo e qualquer desconto era fraudado, que a sua conta era fraudada", explicou.

Para amenizar a situação, o governo federal precisou adotar medidas de esclarecimento em larga escala. Waller revelou que foi necessário "comunicar 27 milhões de aposentados e pensionistas de que não haviam descontos associativos, e avisando que não precisariam contratar advogado" para tranquilizar os beneficiários. "Eu amo a transparência, a transparência verdadeira, a transparência que venha trazer esclarecimento para a população. Se esse for o objeto, eu acho ótimo, o que não pode ser feito é desinformação, é uma situação de trazer o espetáculo", completou mais à frente.

O vídeo em questão foi publicado pelo deputado Nikolas Ferreira em 6 de maio e alcançou expressiva repercussão nas redes sociais, acumulando mais de 134 milhões de visualizações. Na gravação de aproximadamente seis minutos, o parlamentar utilizou recursos visuais similares aos empregados em sua produção viral de janeiro sobre alterações no Pix.

No conteúdo audiovisual, Nikolas Ferreira, usando filtros para simular envelhecimento, caracterizou o esquema fraudulento como o "maior escândalo da história do Brasil". O deputado também fez acusações direcionadas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando falta de medidas para investigar os desvios bilionários, além de defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cujo mandato também enfrentou casos de fraudes no INSS.

A repercussão do vídeo mobilizou diversos integrantes do governo petista e aliados, que utilizaram as redes sociais para contestar as informações apresentadas pelo deputado bolsonarista. Entre os que se manifestaram estão a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e o controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, que rebateram as acusações sem mencionar diretamente o nome do parlamentar.

Uma abordagem diferente foi adotada pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que optou por usar o próprio vídeo de Nikolas Ferreira como base para suas contestações, refutando diretamente as afirmações do colega parlamentar.

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