Petrobras espera aval do Ibama até terça para exploração na Margem Equatorial
Estatal espera decisão do órgão ambiental para evitar prejuízos
247 - A Petrobras vive dias decisivos em sua estratégia de exploração na Margem Equatorial. A estatal aguarda que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) libere, até terça-feira (21), a licença ambiental para perfurar um poço exploratório na região da Foz do Amazonas. A informação foi publicada inicialmente pelo O Globo.
Na última quinta-feira (16), a Petrobras informou que o Ibama considerou suficientes os esclarecimentos apresentados pela companhia sobre o processo de licenciamento para perfuração na região. Representantes da Petrobras e do Ibama se reuniram na quarta-feira (15) para discutir pontos técnicos ligados ao pedido de licença.
Após a reunião de quarta-feira, a Petrobras declarou que conseguiu responder a todas as solicitações. “Todos os pontos foram esclarecidos e considerados suficientes para dar seguimento ao processo”, afirmou a companhia em nota.
Pressão pelo prazo e risco de perder sonda
O contrato de aluguel da sonda de perfuração da Petrobras vence terça, e o equipamento está parado na Foz do Amazonas aguardando a liberação. Caso a estatal não consiga iniciar as atividades, corre o risco de perder o maquinário e ser obrigada a recomeçar todo o processo de licenciamento ambiental.
Na semana passada, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, subiu o tom em relação ao Ibama. “Se a gente não começar a perfurar até o dia 21, essa sonda pode ser retirada da locação. E, se isso ocorrer e for substituída por outra sonda no futuro, o processo de licenciamento começa tudo de novo”.
Custos bilionários em jogo
O investimento para a perfuração do primeiro poço na Foz do Amazonas está estimado em R$ 842 milhões. Apenas com o aluguel da sonda, a estatal já desembolsou R$ 543 milhões — cerca de R$ 4 milhões por dia. O cronograma, portanto, impõe forte pressão financeira e operacional.
O potencial da Margem Equatorial
A Margem Equatorial é vista pela indústria como uma das áreas mais promissoras para descoberta de petróleo em larga escala. Para a Petrobras, a região pode representar uma nova fronteira energética para o país. Organizações civis e parte do próprio governo federal, contudo, resistem ao avanço da exploração, citando riscos à fauna, aos ecossistemas marinhos e às comunidades locais.


