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Petrobras investe R$ 47 milhões para evitar danos ambientais na Margem Equatorial

A petroleira apresentou custos ambientais para perfuração na região, destacando planos de mitigação e compensação ambiental

Sonda de perfuração NS-42 (Foto: Divulgação Foresea/Agência Petrobras)

247 - A Petrobras divulgou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) o custo ambiental envolvido em sua operação de perfuração de um poço na Margem Equatorial. De acordo com informações obtidas pela Folha de S.Paulo, a empresa informou que o total de R$ 46,7 milhões foi destinado a projetos para minimizar os impactos ambientais causados pela perfuração. Esse valor engloba medidas que incluem embarcações para monitoramento e planos de emergência para resgatar animais marinhos. No total, o custo da operação de perfuração foi estimado em R$ 792,6 milhões, excluindo os gastos com as iniciativas ambientais e seguros.

Esses R$ 46,7 milhões representam 6% do montante total investido pela Petrobras para perfurar o poço denominado "Morpho", localizado no Bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial, a aproximadamente 175 km da costa do Amapá. Paralelamente, o Ibama determinou que a Petrobras deverá pagar uma compensação ambiental de R$ 3,96 milhões, o que equivale a 0,5% do valor total do projeto. Esse montante será repassado ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que poderá aplicá-lo em unidades de conservação próximas à região, como o Parque Nacional do Cabo Orange e a Área de Proteção Ambiental da Costa do Cabo Norte.

Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, comentou sobre os custos ambientais, apontando que a cifra apresentada pela Petrobras não reflete os riscos associados à perfuração de petróleo em uma área sensível como a Margem Equatorial. "O custo de 6% para os planos ambientais está longe de ser excessivo, quando se consideram os riscos associados à perfuração de petróleo. Há necessidade de estudos consistentes que assegurem principalmente segurança na perfuração", afirmou Araújo, ex-presidente do Ibama. A especialista ainda sugeriu que, na bacia sedimentar da Margem Equatorial, mais estudos deveriam ser exigidos, especialmente no que diz respeito à modelagem da dispersão de óleo em casos de acidentes e à análise do sistema recifal da região.

Embora a Petrobras tenha fornecido os últimos esclarecimentos técnicos solicitados pelo Ibama, a empresa ainda precisa concluir a análise para obter a licença de operação necessária para a perfuração. Não há, até o momento, indícios de falhas graves nos processos ambientais apresentados pela empresa. 

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