Pacheco diz que respeitará decisão de Lula sobre o STF
O presidente sinalizou que vai indicar Jorge Messias à Corte
247 - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira (23) que respeitará qualquer escolha feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF). A fala ocorre dias após Lula indicar ao senador Davi Alcolumbre (União-AP) que sua preferência é pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso.
De acordo com o jornal O Globo, Pacheco evitou mencionar o nome de Messias, mas reforçou que o indicado à Corte será sabatinado e precisará ser aprovado pelo Senado. “Essa questão do Supremo, eu repito que é muito importante respeitar o momento e a decisão do presidente da República. A decisão que for tomada por ele será, evidentemente, por mim e por todos, respeitada como uma decisão do presidente da República. Caberá ao Senado fazer a avaliação”, afirmou o parlamentar.
O senador destacou ainda a importância de seguir o rito institucional com equilíbrio e transparência. “Há uma prerrogativa do presidente de indicação, com o papel do Senado na avaliação, e é muito importante que as etapas sejam cumpridas sempre com espírito público e republicanismo, de modo que não há que se precipitar com relação a isso”, completou.
Nos bastidores, aliados de Alcolumbre e integrantes do Palácio do Planalto avaliam que o senador amapaense deve adotar uma postura mais discreta após a conversa com Lula. Mesmo não sendo o seu preferido, o nome de Jorge Messias passou a ser considerado viável dentro do Senado, onde o governo acredita ter chances de garantir apoio suficiente para a aprovação.
Durante o encontro ocorrido na última segunda-feira (20), Alcolumbre teria demonstrado a Lula sua preferência por Rodrigo Pacheco para o cargo, mas ouviu que o presidente da República pretende indicar Messias. Interlocutores próximos ao governo avaliam que Alcolumbre não fará movimentos contrários à escolha de Lula, mas também não deverá atuar como articulador da candidatura do advogado-geral da União.
Senadores governistas e da oposição avaliam que Pacheco teria facilidade em conquistar os 41 votos mínimos exigidos para aprovação após sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Mesmo assim, o Planalto aposta que, com a atuação de aliados como o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA) — de quem Messias já foi chefe de gabinete —, a indicação poderá ser confirmada sem grandes resistências.


