HOME > Brasil

Moraes: 8 de janeiro foi procedimento de manutenção de poder “a qualquer custo”

Ministro do STF destacou que a invasão de 2023 foi planejada e financiada, e não resultado de um ato isolado

Alexandre de Moraes (Foto: Victor Piemonte/STF)

247 - O ministro Alexandre de Moraes, relator do Supremo Tribunal Federal (STF) no processo da chamada trama golpista, declarou nesta terça-feira (9) que os ataques de 8 de janeiro de 2023 não podem ser interpretados como um ato isolado. Segundo Moraes, a invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília foi resultado de um esquema organizado, com o objetivo de tomada e manutenção de poder “a qualquer custo”.

“O que ocorreu em 8 de janeiro de 2023 não foi combustão espontânea. O que ocorreu em 8 de janeiro de 2023 foi a conclusão de um procedimento de tomada e manutenção de poder a qualquer custo por um grupo político que se transformou, lamentavelmente, numa organização criminosa”, afirmou o ministro durante seu voto.

Planejamento e financiamento dos atos

Moraes ressaltou que os ataques foram fruto de um processo que vinha sendo articulado havia muito tempo, com mobilizações diante de quartéis, discursos violentos e ameaças constantes ao Judiciário. O magistrado destacou que a ação contou com financiamento e planejamento prévios.

“Em janeiro, o que já vinha sendo produzido, os atos executórios há muito tempo, com os quartéis, com atos violentos, com o discurso violento, com graves ameaças ao Poder Judiciário, o que já vinha sendo financiado, organizado na frente dos quartéis, isso foi consumado no dia 8 de janeiro”, explicou.

Referência a Bolsonaro

No voto, Moraes também citou o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele recordou uma transmissão feita em 2021, em que Bolsonaro disse que “as Forças Armadas nunca faltaram ao chamamento do povo brasileiro”. Para o ministro, a invasão de 2023 representou a tentativa final de concretizar a ameaça exposta naquela ocasião.

“Foi a tentativa final de concretizar o que lá atrás, na live de 2021, foi dito pelo réu Jair Bolsonaro”, afirmou Moraes, ao associar o episódio ao contexto de radicalização e incentivo a atos antidemocráticos.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...