Michelle Bolsonaro desmente churrasco com Zucco durante prisão domiciliar de Bolsonaro

247 - A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) desautorizou publicamente o deputado federal e líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), após ele sugerir que teria participado de um churrasco na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar.

Zucco apareceu em vídeo com duas peças de carne e um saco de carvão, dizendo que levava os itens para o encontro com o ex-presidente. A postagem repercutiu negativamente e foi prontamente rebatida por Michelle Bolsonaro. Por meio do Instagram, ela negou a realização do churrasco e disse que o episódio “não contou com a nossa anuência”.

“A visita tinha caráter restrito, breve e voltado exclusivamente a fins humanitários — e não conforme divulgado pelo parlamentar em vídeo, no qual, ao deixar sua residência, afirmou que realizaria um churrasco em minha casa. Tal evento não ocorreu”, declarou a ex-primeira-dama.

Michelle aproveitou a manifestação para agradecer as mensagens de apoio recebidas e alertou sobre o comportamento esperado dos próximos visitantes autorizados a entrar na residência de Bolsonaro.

“Solicito a colaboração dos próximos visitantes autorizados para que compreendam e respeitem a sensibilidade do momento, abstendo-se de atitudes que possam deturpar a finalidade da visita ou prejudicar a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro”, afirmou.

Após o encontro, Zucco voltou às redes para relatar o estado de saúde do ex-presidente. Segundo ele, foi “revoltante” ver Bolsonaro “usando tornozeleira, com muito soluço, com uma saúde debilitada”. O deputado também criticou o fato de Bolsonaro estar em prisão domiciliar sem condenação e disse ter conversado com o ex-presidente sobre pautas da Câmara e os "abusos" atribuídos ao ministro Alexandre de Moraes.

Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto por decisão de Moraes, que o acusou de violar medidas cautelares, como a proibição de se manifestar em redes sociais de terceiros. A decisão teve como estopim a participação remota do ex-presidente em um ato na orla de Copacabana, no qual seus apoiadores pediram anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

O ex-presidente é investigado por uma suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Seu julgamento está previsto para o próximo mês, e a defesa já apresentou as alegações finais ao Supremo.