Mauro Vieira: 'não há provas de que o Hezbollah atue no Brasil'
Suspeitas sobre a presença do Hezbollah na Tríplice Fronteira são rejeitadas pelo chanceler
247 - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, negou nesta quarta-feira (1) que exista qualquer evidência concreta da presença do grupo Hezbollah no Brasil. “Não há evidências robustas de que [o Hezbollah] tenha presença no Brasil”, afirmou o chanceler durante audiência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, de acordo com a Sputnik Brasil. O chanceler destacou que as suspeitas envolvendo a Tríplice Fronteira são antigas e baseadas em especulações vindas, em grande parte, de autoridades estrangeiras.
Críticas a narrativas externas
Vieira fez questão de ressaltar que o governo brasileiro não pode aceitar informações não verificadas como se fossem fatos. “Não podemos aceitar narrativas não verificadas como se fossem fatos, nem alegações que exibam uma lógica extemporânea e alheia aos interesses nacionais ou que possam, porventura, justificar ações que afrontem nossa soberania e a vida dos cidadãos brasileiros”, declarou.
O chanceler ainda sublinhou que tanto a Polícia Federal quanto o Ministério da Justiça mantêm uma atuação permanente no combate a ameaças terroristas, em diálogo constante com agências internacionais de inteligência.
Visita de Lula a Cristina Kirchner
Durante a audiência, Mauro Vieira também foi questionado sobre a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à ex-presidenta argentina Cristina Kirchner. Ele esclareceu que o encontro teve “caráter absolutamente privado”, contou com autorização judicial na Argentina e não gerou custos extras ao governo brasileiro.
Dívida da Venezuela com o Brasil
Ainda de acordo com a reportagem, outro ponto abordado pelos parlamentares foi a inadimplência da Venezuela em relação a uma dívida de US$ 1,74 bilhão com o Brasil. O questionamento partiu de um requerimento do deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), que solicitou informações sobre as medidas diplomáticas adotadas pelo Itamaraty para buscar a recuperação dos valores.
Segundo o ministro, a dívida da Venezuela com o Brasil não está sendo quitada por causa de sanções aplicadas pelos Estados Unidos, que impediriam o envio de remessas monetárias ao exterior.