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Mauro Cid buscou apoio de assessor de Toffoli diante de risco de prisão

O militar afirmou que as investigações teriam motivação política e que ele estaria sendo usado para prejudicar Bolsonaro

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado)

247 - O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), procurou ajuda de Sérgio Braune, assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, ao ver notícias sobre risco de sua prisão pela Polícia Federal. O teor da conversa foi publicado nesta segunda-feira (26) no Portal Uol.

O militar afirmou que as investigações teriam motivação política e que ele estaria sendo usado para prejudicar politicamente Jair Bolsonaro (PL). O coronel é um dos 31 réus no inquérito da trama golpista junto com o ex-mandatário após decisões do STF.

O militar também forneceu à Polícia Federal detalhes de outras duas investigações que resultaral no indiciamento Bolsonaro e também forneceu à PF detalhes de outras duas investigações - fraudes em cartões de vacinação, e venda ilegal de joias.

O diálogo entre Cid e Braune aconteceu em 2 de janeiro de 2023. Em 1º de janeiro, o militar enviou ao assessor uma reportagem que mencionava a possibilidade de ele ser preso. “Não acredito. Não tem sentido. Absurdo! Tudo vai se resolver”, respondeu o assessor.

Braune comentou: “Ridículo isso! No término do recesso do Judiciário, vou agendar uma audiência com o ministro para você. Vou falar com uns amigos advogados de peso sobre isso. Acho que os Caputo Bastos podem ajudar”.

O assessor fez referência ao escritório Caputo, Bastos e Serra Advogados, fundado pelos irmãos Gustavo e Francisco Caputo. “Eu não sei até onde isso vai”, afirmou Cid “Mas tenho que pelo menos expor meu lado… eu não sou e nunca fui ente político. Sou militar e fui designado para trabalhar com o Pr [Presidente da República]. Mas que funcionamente [sic] me aproximei dele… Eu era responsável por toda vida pessoal e funcional dele… Desde pagar a conta até controlar agenda”.

O assessor do Supremo respondeu. “Claro! Tenho total ciência disso! Trabalhei no Palácio do Planalto por 30 anos, comecei no mandato do Figueiredo. Sei inclusive o que representa tudo isso em sua carreira militar. Eh [sic] uma injusta forma de atingir não a você diretamente, mas ao Presidente” , disse Braune, que ocupou a chefia de gabinete da Presidência do STF de 2018 a 2020, período em que Toffoli presidiu a Corte. Atualmente, é assessor no gabinete do ministro.

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