André Richter - Repórter da Agência Brasil
O tenente-coronel do Exército Mauro Cid afirmou nesta segunda-feira (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro esperava encontrar uma fraude nas urnas eletrônicas para convencer os comandantes das Forças Armadas a aderirem à tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.
A afirmação de Cid foi feita durante a audiência de interrogatório da ação penal da trama golpista. Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Cid é primeiro réu do Núcleo 1 da trama golpista a ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do golpe. O militar também está na condição de delator nas investigações.
Durante o depoimento, Cid disse que Bolsonaro e o general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo e vice na chapa de 2022, esperavam encontrar uma fraude nas urnas para justificar uma intervenção militar no país.
Por esse motivo, segundo Mauro Cid, o ex-presidente pressionava o general Paulo Sergio Nogueira, ex-ministro da Defesa, a insinuar que não era possível descartar a possibilidade de fraudes na votação eletrônica.
"A grande expectativa era que fosse encontrada uma fraude nas urnas. O que a gente sempre viu era uma busca por encontrar fraude na urna. Com a fraude na urna, poderia convencer os militares, dizendo que a eleição foi fraudada e, talvez, a situação mudasse", declarou.
Em 2022, Nogueira enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um parecer técnico para afirmar que não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência.
Os militares faziam parte da comissão de transparência criada pelo próprio TSE para fiscalizar as eleições.
Por volta das 16h45, o interrogatório de Mauro Cid foi suspenso para o intervalo. O depoimento deve prosseguir até as 20h.
Interrogatórios
De hoje a sexta-feira (13), Alexandre de Moraes vai interrogar o ex-presidente Jair Bolsonaro, Braga Netto e mais seis réus acusados de participarem do "núcleo crucial" de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.
Confira a ordem dos depoimentos:
<ol>
 <li>Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;</li>
 <li>Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);</li>
 <li>Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;</li>
 <li>Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;</li>
 <li>Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;</li>
 <li>Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;</li>
 <li>Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;</li>
 <li>Walter Braga Netto, general do Exército e ex-ministro de Bolsonaro.</li>
</ol>

Leonardo Lucena

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Brasília

Mauro Cid: Bolsonaro buscava fraude nas urnas para justificar intervenção

247 - O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), procurou ajuda de Sérgio Braune, assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, ao ver notícias sobre risco de sua prisão pela Polícia Federal. O teor da conversa foi publicado nesta segunda-feira (26) no <a href="https://www.uol.com.br/flash/?c=39984577f3a767c1258eda3da6f11bf20250526">Portal Uol</a>.
O militar afirmou que as investigações teriam motivação política e que ele estaria sendo usado para prejudicar politicamente Jair Bolsonaro (PL). O coronel é um dos 31 réus no inquérito da trama golpista junto com o ex-mandatário após decisões do STF. 
O militar também forneceu à Polícia Federal detalhes de outras duas investigações que resultaral no indiciamento Bolsonaro e também forneceu à PF detalhes de outras duas investigações - fraudes em cartões de vacinação, e venda ilegal de joias. 
O diálogo entre Cid e Braune aconteceu em 2 de janeiro de 2023. Em 1º de janeiro, o militar enviou ao assessor uma reportagem que mencionava a possibilidade de ele ser preso. “Não acredito. Não tem sentido. Absurdo! Tudo vai se resolver”, respondeu o assessor. 
Braune comentou: “Ridículo isso! No término do recesso do Judiciário, vou agendar uma audiência com o ministro para você. Vou falar com uns amigos advogados de peso sobre isso. Acho que os Caputo Bastos podem ajudar”.
O assessor fez referência ao escritório Caputo, Bastos e Serra Advogados, fundado pelos irmãos Gustavo e Francisco Caputo. “Eu não sei até onde isso vai”, afirmou Cid “Mas tenho que pelo menos expor meu lado… eu não sou e nunca fui ente político. Sou militar e fui designado para trabalhar com o Pr [Presidente da República]. Mas que funcionamente [sic] me aproximei dele… Eu era responsável por toda vida pessoal e funcional dele… Desde pagar a conta até controlar agenda”.
O assessor do Supremo respondeu. “Claro! Tenho total ciência disso! Trabalhei no Palácio do Planalto por 30 anos, comecei no mandato do Figueiredo. Sei inclusive o que representa tudo isso em sua carreira militar. Eh [sic] uma injusta forma de atingir não a você diretamente, mas ao Presidente” , disse Braune, que ocupou a chefia de gabinete da Presidência do STF de 2018 a 2020, período em que Toffoli presidiu a Corte. Atualmente, é assessor no gabinete do ministro.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro

Brasil

Mauro Cid buscou apoio de assessor de Toffoli diante de risco de prisão

247 - Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (14) que são verdadeiras algumas declarações do tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada ao Supremo Tribunal Federal (STF).&nbsp;
“Ele fala muita coisa. Algumas coisas são verdade, mas outras eu fico pensando: ‘Como o cara teve conhecimento disso, se nem eu estava sabendo?'”, declarou Bolsonaro no podcast Flow e aproveitou para atacar o Tribunal Superior Eleitoral, ao acusar o TSE de interferir na eleição presidencial de 2022 para favorecer a candidatura de Lula.
“Ninguém da esquerda poderia me derrotar, Ciro, Haddad… Segundo eles, o nome para me derrotar era o Lula, por isso reinterpretaram a instância. Ele tinha condenações. Anularam e ele voltou à estaca zero, voltou a ser elegível, e daí, acho que a gente vai entrar nesse assunto, teve a mão pesada do TSE para ele, a mão pesadíssima do TSE pró-Lula”.
Citado por Bolsonaro, Mauro Cid é peça-chave em três investigações que resultaram no indiciamento de Bolsonaro pela Polícia Federal - trama golpista, fraudes em cartões de vacina e venda ilegal de joias. A Procuradoria-Geral da República denunciou o militar e o ex-mandatário no inquérito do plano do golpe. Os dois podem ser alvos de novas denúncias.&nbsp;
Entre as revelações feitas pelo tenente ao Judiciário, está a acusação de que Bolsonaro teria redigido um decreto para instaurar um “estado de defesa” para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro disse que o militar foi indicado por outra pessoa e que apenas aceitou a recomendação. O ex-mandatário e o tenente têm laços antigos: o político da extrema-direita foi colega de Lorena Cid, pai de Mauro, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).
A Procuradoria-Geral da República denunciou Bolsonaro, Mauro Cid e mais 32 pessoas no inquérito do plano golpista, que, de acordo com investigadores, também tinha como um dos objetivos os assassinatos do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes. O Supremo analisa o caso.
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Tenente-coronel Mauro Cid e Jair Bolsonaro

Bolsonaro comenta delações de Mauro Cid: 'nem tudo é mentira'

247 - A defesa do tenente-coronel Mauro Cid afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não sofreu coação durante o acordo de delação premiada. De acordo com a manifestação entregue ao STF, o militar sempre esteve acompanhado por seus advogados durante os depoimentos prestados à Polícia Federal e nos atos formais da colaboração premiada.
O tenente é ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Os dois foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República junto com outras 32 pessoas no inquérito do plano golpista e entregaram suas manifestações ao Supremo. Outras nove pessoas denunciadas pela PGR também encaminharam suas defesas ao STF. Entre elas estão coronéis, e ex-ministros de Bolsonaro como Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Alexandre Ramagem (deputado do PL-RJ e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin), e Paulo Sérgio de Oliveira (Defesa).
Conforme o <a href="https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/05/03/apos-deixar-a-cadeia-por-determinacao-de-moraes-mauro-cid-volta-para-casa.ghtml">Portal G1</a>, a defesa de Mauro Cid antecipou que sustentará a "absolvição sumária" do militar ao longo do processo. O termo é aplicado quando o Judiciário absolve o réu de todas as acusações apresentadas contra ele antes do julgamento, conforme previsto no Código de Processo Penal brasileiro. "Jamais a defesa admitiria qualquer espécie de coação ou induzimento na prestação de informações por Mauro Cid", escreveram os advogados.
A defesa do militar também pediu, caso o STF receba a denúncia, que o militar seja absolvido de três crimes: organização criminosa, golpe de Estado e participação na tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O relato foi publicado na <a href="https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/ao-stf-mauro-cid-pede-para-ser-absolvido-por-tres-crimes">coluna de Igor Gadelha</a>.
Preso em março de 2024 após o vazamento de áudios em que supostamente fazia ataques verbais contra a Polícia Federal e o STF, Mauro Cid foi solto em maio do mesmo ano por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Ele precisa seguir cumprindo restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se comunicar com outros investigados.
Investigações também apontaram que Mauro Cid poderia revelar detalhes importantes de outras investigações, como fraudes em cartões de vacina e a venda ilegal de joias. Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal nesses dois inquéritos e na investigação da trama golpista. Na PGR, ele foi denunciado no inquérito do golpe e pode ser alvo de novas denúncias.
 
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Em defesa encaminhada ao STF, Mauro Cid reafirma que não fez delação premiada sob ameaça

247 - O tenente-coronel Mauro Cid prestará um novo depoimento à Polícia Federal na próxima quinta-feira (5). O militar já foi ouvido mais de dez vezes, apontaram informações publicadas nesta terça-feira (3) na <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/jussara-soares/politica/mauro-cid-prestara-novo-depoimento-a-pf/">coluna de Jussara Soares</a>.
A PF indiciou Mauro Cid, Jair Bolsonaro e aliados no caso da falsificação do cartão de vacinas contra a covid-19 e também pela venda das joias sauditas recebidas pelo político da extrema-direita.
No mês passado, Cid e outras 36 pessoas, incluindo Bolsonaro, foram indiciadas no inquérito do plano golpista. Eles foram, acusados de três - por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e Organização criminosa.

Tenente-coronel Mauro Cid vai prestar novo depoimento à PF

247 - Perfis nas redes sociais publicaram mensagens para sinalizar que Jair Bolsonaro (PL) está próximo de ser preso por causa das investigações do inquérito das joias. 
Na rede social X, antigo Twitter, o nome do tenente-coronel Mauro Cid foi parar na seção Assuntos do Momento. Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid também fornece detalhes de outros dois inquéritos - fake news e o da trama golpista.
De acordo com investigadores da Polícia Federal, Bolsonaro e seus aliados desviaram R$ 6,8 milhões em joias, que, por lei, deveriam pertencer ao Estado brasileiro, e não podem ser incorporadas a patrimônio pessoal. 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Agora entendemos o porquê do desespero de Bolsonazi na época q prenderam o celular do Mauro Cid... Selva! 😩<a href="https://twitter.com/hashtag/BolsonaroLadr%C3%A3oDeJ%C3%B3ias?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#BolsonaroLadrãoDeJóias</a> <a href="https://t.co/BJfgK2UEwv">pic.twitter.com/BJfgK2UEwv</a>— Gustav Ramski🚩🚩 (@Gustavramski_) <a href="https://twitter.com/Gustavramski_/status/1810667591519875233?ref_src=twsrc%5Etfw">July 9, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Lendo aqui o indiciamento das jóias e... "No dia 04 de janeiro MAURO CID continua conversando com seu pai e pede para ele 'NÃO ESQUECER DE TIRAR FOTOS'..." <a href="https://t.co/m6SYIHGl3H">pic.twitter.com/m6SYIHGl3H</a>— Medo e Delírio em Brasília (@medoedeliriobr) <a href="https://twitter.com/medoedeliriobr/status/1811062427498229912?ref_src=twsrc%5Etfw">July 10, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Fotos das joias e barganha em avaliações: os e-mails das negociações de Mauro Cid acessados pela PF e FBI. Mensagens rastreadas mostram ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falando com comerciantes dos EUA (O Globo) <a href="https://t.co/AKP2o2cYk4">pic.twitter.com/AKP2o2cYk4</a>— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) <a href="https://twitter.com/BlogdoNoblat/status/1811098978345185549?ref_src=twsrc%5Etfw">July 10, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">E agora, Jair? Mauro Cid enviou para o chefe um link com a joia árabe posta em leilão. Bolsonaro respondeu com "selva", uma saudação que acusa a consciência e a anuência. É ladrão de joias sim e a Polícia Federal tem prints para provar! PRENDAM BOLSONARO AGORA! <a href="https://t.co/XYb8CTOk3Q">pic.twitter.com/XYb8CTOk3Q</a>— Ivan Valente (@IvanValente) <a href="https://twitter.com/IvanValente/status/1810683317546807727?ref_src=twsrc%5Etfw">July 9, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

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