Marinho pede responsabilidade do Congresso para aprovar isenção do IR
Ministro do Trabalho defendeu mobilização social para pressionar parlamentares e garantir avanços em pautas trabalhistas
247 - O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, fez um apelo nesta quinta-feira (25) para que o Congresso Nacional aprove o projeto de lei que prevê isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil. A declaração ocorreu durante entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, transmitido nesta manhã.
Marinho criticou a prioridade dada por setores da oposição ao chamado “PL da Anistia” – que busca conceder perdão aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 – antes da votação do projeto de isenção. Para ele, esse movimento cria uma barreira à aprovação de medidas que beneficiam diretamente a população. “Nós precisamos que o Congresso assuma responsabilidade”, declarou.
Pressão sobre parlamentares
O ministro defendeu que movimentos sociais mantenham pressão sobre os parlamentares para assegurar que projetos de interesse da classe trabalhadora avancem. “É importante que os movimentos sociais observem corretamente a necessidade de manter a mobilização”, afirmou. Ele destacou que manifestações populares recentes tiveram impacto direto, como no caso da rejeição e arquivamento da chamada PEC da Blindagem no Senado.
Marinho ressaltou que, quando há mobilização intensa, o Legislativo tende a responder. “As mobilizações acabaram agora de enterrar a PEC da Blindagem. Se tiver uma mobilização dirigida, com massa, com vigor, de rua, é possível que o Congresso Nacional venha atender a esse clamor”, disse.
Salário mínimo e taxação dos super-ricos
Questionado sobre o aumento do salário mínimo, o ministro reafirmou o compromisso do governo em ampliar tanto a remuneração básica quanto o poder de compra da população. Ele defendeu que o país precisa de um “processo vigoroso de crescimento” e enfatizou que “os de cima têm que pagar”, em referência à necessidade de tributar grandes fortunas e rendas mais altas.
Escala 6x1 em debate
Outro ponto abordado por Marinho foi a escala de trabalho 6x1 – regime em que o empregado trabalha seis dias consecutivos e descansa um. Ele classificou esse modelo como “a jornada mais cruel que existe” e defendeu que o tema seja debatido com seriedade no Congresso. A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados e, para o ministro, também depende de pressão social para avançar.
Ao longo da entrevista, Marinho reforçou que deixar o Congresso “livre, leve e solto” pode resultar em retrocessos para os trabalhadores. Por isso, segundo ele, é essencial que a sociedade organizada siga atuante para garantir conquistas no campo trabalhista e tributário.