Lula lamenta morte de Mino Carta: “referência para o jornalismo brasileiro”
Presidente destacou a importância do fundador da Carta Capital para a democracia e a liberdade de imprensa
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou nesta terça-feira (2) a morte do jornalista Mino Carta, aos 91 anos. Nas redes sociais, Lula compartilhou uma foto ao lado do jornalista e ressaltou sua contribuição histórica para o jornalismo brasileiro e para a consolidação da democracia no país.
Segundo o presidente, Mino Carta foi um dos primeiros a dar espaço às lutas sindicais nos anos 1970 e teve papel central na abertura política. “Ele, pela primeira vez, deu destaque nas revistas semanais para as lutas que nós, trabalhadores reunidos no movimento sindical, estávamos fazendo por melhores condições de vida, por justiça social e democracia. Foi ele quem abriu espaço para minha primeira capa de revista, na IstoÉ, em 1978”, afirmou Lula. O petista destacou ainda que, desde então, suas trajetórias se cruzaram em momentos decisivos da história recente do Brasil.
Na homenagem, Lula destacou que viveu ao lado de Carta os principais momentos da redemocratização, como o movimento das Diretas Já e as primeiras eleições presidenciais após a ditadura. “Estas décadas de convivência me dão a certeza de que Mino foi – e sempre será – uma referência para o jornalismo brasileiro por sua coragem, espírito crítico e compromisso com um país justo e igualitário”, disse.
“Se hoje vivemos em uma democracia sólida, se hoje nossas instituições conseguem vencer as ameaças autoritárias, muito disso se deve ao trabalho deste verdadeiro humanista, das publicações que dirigiu e dos profissionais que ele formou”, completou, declarando luto oficial de três dias pela morte do jornalista.
A trajetória de Mino Carta
Nascido em Gênova, na Itália, em 1933, Mino Carta veio ao Brasil com a família após a Segunda Guerra Mundial. Neto e filho de jornalistas perseguidos pelo fascismo, iniciou sua carreira quase por acaso, escrevendo sobre futebol em 1950. Ao longo de mais de sete décadas, se tornou um dos mais influentes nomes da imprensa brasileira, fundando e dirigindo veículos de grande impacto como Jornal da Tarde (1966), Veja (1968), IstoÉ (1976) e Carta Capital (1994).
Sua carreira também incluiu passagens pela televisão, como apresentador dos programas “Cartão Vermelho”, na Band, e “Jogo de Carta”, na Record. Reconhecido por sua escrita refinada, estilo crítico e defesa de um jornalismo comprometido com a democracia, Mino se tornou referência para gerações de profissionais.