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      Lula compara Eduardo Bolsonaro a Silvério dos Reis e cobra reação da Câmara

      "Que patriota é esse? Isso é pior que Silvério dos Reis, porque Silvério dos Reis traiu Tiradentes. Esse cara está traindo a nação", disparou

      Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de anúncio dos projetos habilitados pelo Novo PAC Seleções 2025 - Urbanização de Favelas, no âmbito do Programa Periferia Viva - Jardim Rochdale, Osasco - SP - 25/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Durante discurso realizado nesta sexta-feira (25) em Osasco (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem comparou ao traidor histórico Joaquim Silvério dos Reis, que entregou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, à Coroa portuguesa. A fala do presidente foi registrada em evento oficial e teve como alvo o ex-deputado, filho de Jair Bolsonaro (PL), por sua atuação no exterior em defesa do pai.

      Lula classificou como "inadmissível" o fato de políticos que se diziam patriotas agora estarem, segundo ele, "agarrados às botas do presidente dos Estados Unidos" e pedindo uma intervenção contra o Brasil. A crítica foi direcionada ao pedido, atribuído a Eduardo Bolsonaro, para que o presidente norte-americano Donald Trump impusesse sanções comerciais ao país em troca de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

      "Esses mesmos cidadãos ou cidadãs que utilizavam a camisa da seleção brasileira e a bandeira nacional, dizendo-se patriotas, estão agora agarrados às botas do presidente dos Estados Unidos, pedindo para ele fazer intervenção no Brasil, em uma total falta de patriotismo", afirmou Lula. "Que patriota é esse? Isso é pior que Silvério dos Reis, porque Silvério dos Reis traiu Tiradentes. Mas esse cara está traindo a nação, o povo brasileiro."

      "A Câmara tem que tomar uma atitude" - O presidente cobrou publicamente uma resposta institucional por parte da Câmara dos Deputados. Segundo Lula, Eduardo Bolsonaro teria abandonado o mandato para agir em território estrangeiro contra os interesses nacionais:

      "Esse cara era deputado, se afastou, foi lá para os Estados Unidos ficar pedindo: 'Ô Trump, salva meu pai, salva meu pai'. É uma pena que ainda tenha gente que não tem um pingo de caráter, um pingo de vergonha na cara", disse.

      Ao relembrar sua trajetória política, Lula também destacou que, mesmo nos momentos mais difíceis, como durante sua prisão por 580 dias, jamais recorreu a pressões internacionais:

      "Eles inventaram uma mentira contra mim, me colocaram 580 dias na cadeia. Tinha gente que queria que eu fugisse do Brasil. Eu me recusei. Fui lá para o Paraná porque queria desmentir o Moro e os meus acusadores do Ministério Público. Quando me propuseram acordo com tornozeleira, eu disse: 'Não troco minha dignidade pela minha liberdade'."

      Críticas a Trump e à carta publicada nos EUA - Lula também reagiu à publicação de uma carta por Donald Trump em seu portal oficial. Segundo ele, o documento solicitava ao governo brasileiro que encerrasse a suposta "perseguição" a Bolsonaro, ameaçando ainda taxar em 50% as exportações do Brasil para os EUA.

      O presidente brasileiro classificou a postura como desrespeitosa e informou que o governo, por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin e do chanceler Mauro Vieira, já havia buscado esclarecimentos junto aos norte-americanos sobre dez reuniões realizadas anteriormente:

      "Fui surpreendido com uma carta publicada no portal do presidente. E ele colocou três coisas que não dá para aceitar: primeiro, o Bolsonaro não é problema meu, é da Justiça. Segundo, na carta ele diz que não aceita que a gente vá punir ou regular as big techs. E nós vamos fazer, porque eles têm que respeitar a legislação brasileira."

      Lula ainda rebateu a alegação de que os EUA estariam em desvantagem comercial frente ao Brasil. De acordo com o presidente, os americanos têm superávit de US$ 7 bilhões na balança comercial apenas neste ano e acumularam US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos, considerando também os serviços:

      "Então, quem deveria estar reclamando éramos nós."

      Justiça para Bolsonaro, sem interferência - Lula foi categórico ao dizer que Bolsonaro está sendo julgado, não perseguido, pelas tentativas de golpe de Estado em 2022. Segundo ele, há provas de que o ex-presidente tentou impedir a posse dele e do vice, Geraldo Alckmin, e até articulou a morte de ambos, além do ministro Alexandre de Moraes, do TSE:

      "Ele tentou dar um golpe nesse país, não queria que eu e o Alckmin tomássemos posse e chegou a montar uma equipe para matar o Lula, o Alckmin e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o Alexandre de Moraes. Isso já está provado, por delação deles mesmos."

      "Neste país, quem manda é o povo brasileiro, e o povo está esperando que se faça justiça. Se o Bolsonaro for inocente, ele vai ser livre. Agora, o que eu acho é que ele precisaria ter um pouco de respeito."

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