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Lula autoriza e governo vai acionar o STF contra decisão do Congresso que derrubou aumento do IOF

AGU argumentará que Congresso invadiu competência do Executivo ao anular decreto de Lula sobre aumento do imposto

Davi Alcolumbre, Luís Roberto Barroso, Lula e Hugo Motta no STF - 03/02/2025 (Foto: Fellipe Sampaio/STF)
Paulo Emilio avatar
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(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso Nacional que derrubou decreto presidencial que aumentava alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), afirmou o jornal O Globo nesta sexta-feira.

De acordo com o jornal, a decisão foi tomada por Lula após uma longa conversa com o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. Cabe à AGU representar o governo em ações no Supremo.

Pouco depois, em nota, a AGU afirmou que estuda, a pedido de Lula, "medidas jurídicas a serem adotadas" para preservar a vigência do decreto do IOF e que, uma vez que a análise jurídica for finalizada, anunciará uma decisão sobre o tema.

Também nesta sexta, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) anunciou que seu partido entrará com ação no Supremo contestando a derrubada do decreto pelo Congresso, e convocou uma manifestação nas ruas contra o que chamou de "boicote da direita no Congresso a Lula e ao povo".

"Começou o contra-ataque", disse Boulos na rede social X. "PSOL entrará hoje com ação no STF para reverter a derrubada inconstitucional do Decreto do IOF. Pra cima!"

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia dito em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada na quinta que juristas do governo consideravam a derrubada do decreto pelo Congresso inconstitucional e que o Executivo avaliava recorrer ao STF contra a decisão do Parlamento.

O governo Lula tem adotado o discurso de que o decreto do IOF visava cobrir impostos dos mais ricos, que têm sido chamados por Haddad de "moradores da cobertura", e que seria parte de uma série de medidas que visam a "justiça tributária".

Críticos da medida, por sua vez, argumentam que, em vez de atacar os gastos públicos, o governo tem buscado aumentar impostos para elevar receitas e fechar suas contas.

Se confirmada, a contestação da derrubada do decreto do IOF pelo governo junto ao Supremo tem potencial de tensionar ainda mais a atualmente conturbada relação entre Executivo e Legislativo.

As tensões ocorrem num momento em que o Palácio do Planalto busca aprovar outras medidas prioritárias para si no Congresso, como uma medida provisória que acaba com a isenção de impostos para determinadas aplicações financeiras e o projeto de lei que isenta de imposto de renda quem ganha até 5 mil reais mensais.

A MP que altera a tributação sobre aplicações financeiras, assim como o decreto do IOF, estão entre as medidas defendidas por Haddad como necessárias para equilibrar as contas públicas.

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