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Lindbergh Farias diz que prisão de Bolsonaro é “questão de tempo” após nova decisão de Moraes

O líder do PT na Câmara considera “prudente” a decisão do ministro de não prender Bolsonaro preventivamente

Lindbergh Farias (Foto: Zeca Ribeiro / Câmara)

247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, afirmou nesta quinta-feira (24) que a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro é apenas uma “questão de tempo”. A declaração foi feita em publicação nas redes sociais, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidir não decretar a prisão preventiva de Bolsonaro, apesar de considerar que houve descumprimento de medida cautelar.

Segundo Lindbergh, o ex-presidente tem agido para burlar as decisões da Justiça com o mesmo modelo de atuação adotado antes dos ataques de 8 de janeiro. Ele classificou a conduta de Bolsonaro como “crime continuado” e apontou que o ex-presidente atua em conjunto com aliados — como seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro — para pressionar o Judiciário com apoio internacional.

“Fica claro que Bolsonaro tenta burlar a Justiça com o mesmo modus operandi que já foi usado para incentivar o 8 de janeiro: produz o conteúdo e ativa sua milícia digital para espalhar. A estratégia é coordenada: o pai fala, o filho transmite, os aliados amplificam. Não é liberdade de expressão — é crime continuado”, afirmou Lindbergh.

O deputado também defendeu a prudência de Moraes ao não decretar a prisão de imediato, dizendo que isso impediria que o ex-presidente se vitimizasse diante da opinião pública. “A decisão foi prudente: Moraes advertiu Bolsonaro e optou por não decretar a prisão de imediato para não alimentá-lo como pseudovítima, evitando cair na armadilha da provocação deliberada.”

Ainda assim, o parlamentar foi taxativo ao prever uma prisão no curto prazo. “É apenas questão de tempo: em no máximo dois meses, será determinada a prisão definitiva para o início do cumprimento da pena por graves crimes contra o Estado Democrático de Direito.”

Na decisão divulgada nesta quinta-feira, Moraes alertou que a nova aparição de Bolsonaro em redes sociais, ainda que feita por terceiros, configura descumprimento da medida cautelar que proíbe o uso das plataformas digitais. O episódio foi tratado como uma “irregularidade isolada”, mas Moraes advertiu: um novo descumprimento resultará em prisão preventiva imediata.

O vídeo que motivou a advertência mostra Bolsonaro durante um evento no Congresso Nacional. O conteúdo foi transmitido por meio do perfil de seu filho Eduardo Bolsonaro, o que, segundo o STF, representa uma tentativa de driblar a proibição.

Lindbergh Farias citou ainda os crimes em que a conduta pode se enquadrar: coação no curso do processo, obstrução de justiça, atentado à soberania nacional e conspiração contra o país com apoio internacional. Ele também criticou o uso político da chamada “Lei Magnitsky” por apoiadores do ex-presidente.

 

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