Kassab defende debate sobre incluir Bolsonaro em anistia, mas rejeita perdão "amplo, geral e irrestrito"
"Uma coisa é minha opinião e outra é o Congresso ter o discernimento de adotar aquilo que entenda melhor para a pacificação”, disse o presidente do PSD
247 - O presidente nacional do PSD e secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou nesta quinta-feira (14), em entrevista à GloboNews, que não vê problema em discutir a inclusão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no projeto de anistia defendido por parlamentares bolsonaristas no Congresso.
Kassab ponderou, porém, que não apoia uma anistia “ampla, geral e irrestrita” e que qualquer eventual acordo deve surgir de negociações no Legislativo com o objetivo de “avançar na pacificação do país”.
“Ele pode ser anistiado em relação à questão de prisão, em relação a alguma punição que não seja inelegibilidade ou, por que não, também discutir a questão da inelegibilidade. (...) Acho que uma coisa é minha opinião pessoal e outra é se debater o todo e o Congresso ter o discernimento de adotar aquilo que entenda melhor para conquistar a pacificação”, disse.
O dirigente defendeu que, ao apresentar um projeto de anistia, parlamentares não iniciem o debate impondo restrições. Segundo ele, as condições devem surgir ao longo do processo legislativo, a partir da negociação entre diferentes setores políticos.
“Se eu fosse parlamentar, dizendo ‘olha, eu defendo desde que não aconteça isso e isso’, aí estaria começando errado. Agora, ao longo do processo, as partes vão negociando cada um seu ponto de vista para chegar a um consenso mínimo”, afirmou.
A proposta de anistia vem sendo articulada por deputados e senadores alinhados ao ex-presidente, sob o argumento de que é necessário “pacificar” o país após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que resultaram em depredação das sedes dos Três Poderes. Críticos à medida afirmam que ela representaria impunidade para crimes contra a democracia.
Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal sob acusação de liderar uma trama para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. O julgamento pode resultar em novas condenações, além da inelegibilidade já imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar, acusado de tentar obstruir as investigações sobre o golpe.
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