HOME > Brasil

Kakay destaca "rara importância" do julgamento de Bolsonaro e descarta pedido de vista

Advogado criminalista alerta que 'parar o processo agora coloca em risco os ministros e os familiares'

Antonio Carlos de Almeida Castro (mais destaque) e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação)

247 - O advogado criminalista Carlos Alberto de Almeida Castro, conhecido como Kakay, avaliou nesta terça-feira (2), em entrevista à TV 247, que o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus pela tentativa de golpe de Estado representa um momento histórico para o país. Segundo ele, o processo em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) é de "rara importância" e não deve sofrer interrupções.

"Aqui, mesmo com um governo fascista – quatro anos de Bolsonaro –, com um Congresso totalmente cooptado, especialmente pelo Orçamento Secreto, nós tivemos um Judiciário extremamente digno, que foi quem botou o pé na porta e não deixou que houvesse ditadura. Logo esse poder, do qual sou crítico, patrimonialista, racista, reacionário, misógino muitas vezes, foi o que sustentou a democracia. Esse julgamento tem essa importância", declarou Kakay.

STF julga Bolsonaro e núcleo do golpe

O STF iniciou nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro*e de outros sete integrantes do chamado "núcleo crucial" da tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma da Corte, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Flávio Dino, será responsável por analisar as acusações.

Além de Bolsonaro, são réus Alexandre Ramagem (ex-diretor-geral da Abin), Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-chefe do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).

As acusações incluem crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Em caso de condenação máxima, a pena pode chegar a 43 anos de prisão.

A única exceção é Alexandre Ramagem. A Câmara dos Deputados aprovou em maio a suspensão parcial da ação penal contra ele, restringindo sua responsabilidade a três crimes.

Riscos e continuidade do julgamento

Kakay afirmou que não vê espaço para pedidos de vista no processo, prática que poderia paralisar o julgamento. "Pedido de vista eu duvido que tenha. Se o processo parar agora, vamos colocar em risco os ministros e os familiares", alertou.

O julgamento deve se estender até o dia 12 de setembro e é considerado um dos mais relevantes da história recente do STF, tanto pela gravidade das acusações quanto pelo impacto político no país.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...