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Herois da flotilha e da Humanidade desembarcam em Guarulhos nesta manhã

Delegação brasileira da Global Sumud Flotilla retorna ao país após ser sequestrada por Israel em águas internacionais, em mais um capítulo do genocídio

Ativistas brasileiros da Flotilha Global Sumud (Foto: Reprodução/X/@luiziannelinspt)

247 – Os 13 integrantes da delegação brasileira da Global Sumud Flotilla — sequestrados ilegalmente por Israel em águas internacionais e deportados para a Jordânia — desembarcam nesta manhã de quarta-feira (9) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, vindos de Doha pelo voo QR 779 da Qatar Airways. Familiares, apoiadores e representantes de movimentos sociais recepcionarão os ativistas, que participarão de uma coletiva de imprensa no próprio terminal.

.A Global Sumud Flotilla partiu de Barcelona em 31 de agosto, em uma missão humanitária rumo a Gaza, levando alimentos, medicamentos, próteses e fórmulas infantis para o povo palestino, vítima de um genocídio prolongado e impune. A frota, composta por 44 embarcações e mais de 460 participantes de 40 países, foi atacada e interceptada por forças israelenses nas noites de 1º e 2 de outubro, em flagrante violação ao direito internacional e à dignidade humana.

O Brasil teve 14 representantes na flotilha, dos quais 13 retornaram hoje ao país. O primeiro a chegar havia sido o argentino-italiano Nicolas Calabrese, residente no Rio de Janeiro, deportado no último dia 6 com apoio da diplomacia italiana.

Entre os que desembarcaram estão figuras de destaque da sociedade civil e da política brasileira, como a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL-Campinas) e o internacionalista Thiago Ávila, organizador internacional da flotilha. Também integram o grupo o pesquisador Victor Nascimento Peixoto, a advogada de direitos humanos Ariadne Telles, a presidenta do PSOL-RS Gabrielle Tolotti e o militante Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino-Palestino. Completam a delegação Bruno Gilga Rocha, Lucas Farias Gusmão, João Aguiar, Lisiane Proença, Magno Carvalho Costa e Miguel Viveiros de Castro.

A missão, de caráter pacífico e humanitário, foi brutalmente atacada por forças israelenses quando o navio principal, Conscience, e mais oito veleiros da iniciativa Thousands Madleens navegavam a cerca de 120 milhas náuticas de Gaza. Segundo relatos, helicópteros militares e embarcações de guerra israelenses cercaram e interceptaram os barcos, sequestrando civis desarmados — entre eles médicos, jornalistas e defensores de direitos humanos.

O ataque à Global Sumud Flotilla é mais um símbolo da política de terror praticada por Israel contra qualquer gesto de solidariedade à Palestina. Trata-se de um Estado que, amparado pela cumplicidade das potências ocidentais, perpetua o genocídio do povo palestino com bombardeios diários, fome forçada, destruição sistemática e aprisionamento de inocentes.

Mesmo diante da violência e da impunidade, os brasileiros que retornam hoje ao país representam o que há de mais nobre na humanidade: a coragem de se colocar entre os oprimidos e lutar por justiça e liberdade. Sua chegada é recebida com emoção e orgulho por todos que defendem a vida e os direitos dos povos oprimidos do mundo.

O assessor de imprensa da delegação, Samir Oliveira, informou que os ativistas reafirmam o compromisso de continuar a luta pela libertação da Palestina e pela solidariedade entre os povos, mesmo após a experiência traumática de detenção.

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