Governo vai criar grupo de trabalho para reagir ao tarifaço de Trump, diz Rui Costa
Segundo o ministro, o grupo vai estudar retaliações e a abertura de novos mercados
247 - O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou nesta quinta-feira (10) que o governo federal vai criar um grupo de trabalho para estudar eventual retaliação à tarifa de 50% aplicada às exportações brasileiras para os Estados Unidos anunciada por Donald Trump. "Vamos criar um grupo de trabalho", afirmou Costa ao g1.
Segundo Costa, o grupo também ficará responsável por estudar novos mercados como forma de compensar parte das perdas caso as tarifas norte-americanas entrem em vigor em agosto.
A taxação anunciada por Trump será aplicada sobre todas as exportações brasileiras, independentemente de tarifas já existentes. O aço e o alumínio, setores já afetados por barreiras comerciais anteriores, devem ser duramente impactados.
No documento oficial, o ex-presidente norte-americano justificou a medida com acusações ao sistema judiciário brasileiro, citando “ataques à liberdade de expressão” e à atuação de empresas de tecnologia dos EUA. Trump alegou, sem apresentar provas, que decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) configurariam censura contra plataformas de mídia social norte-americanas.
Além disso, classificou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF como uma “vergonha internacional” e acusou o governo Lula de promover uma “caça às bruxas”. Ele também ordenou ao Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, que iniciasse uma investigação com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 — dispositivo utilizado para apurar práticas comerciais consideradas desleais.
A resposta do governo brasileiro foi imediata. Em declaração oficial, o presidente Lula afirmou que o Brasil “não aceitará ser tutelado por ninguém” e reforçou que o julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 é de competência exclusiva da Justiça brasileira.
O Ministério das Relações Exteriores também reagiu. O Itamaraty devolveu a carta à embaixada dos Estados Unidos em Brasília como forma simbólica de protesto. Segundo fontes ouvidas pelo blog de Julia Duailibi, a embaixadora brasileira nos EUA, Maria Luisa Escorel, considerou o conteúdo do documento “ofensivo” e “inaceitável”.
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