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      Governo Lula confia na extradição de Carla Zambelli pela Itália

      Condenação por crime comum e imagem negativa da deputada no exterior fortalecem expectativa do Planalto pela repatriação da bolsonarista

      Carla Zambelli (Foto: Reprodução/Twitter)

      247 - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia com otimismo a possibilidade de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), detida na Itália na última terça-feira (29), aponta a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, que destaca que a principal razão para a confiança do Planalto está no fato de Zambelli ter sido condenada por um crime comum — e não por crime de opinião —, o que enfraquece qualquer tentativa de enquadramento do caso como perseguição política.

      Zambelli foi sentenciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por envolvimento em um esquema de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o objetivo de emitir alvarás de soltura e mandados de prisão falsos. A operação foi realizada com o auxílio de um hacker, em uma ação classificada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como tentativa de desestabilização do Judiciário brasileiro.

      Segundo a denúncia da PGR, a deputada não apenas teve conhecimento da fraude como também foi sua mentora. O objetivo era provocar confusão institucional e deslegitimar o sistema de Justiça, em um contexto de crescente radicalização promovida pelo bolsonarismo.

      No exterior, a imagem de Zambelli também não a favorece. Circulam na imprensa europeia imagens da parlamentar armada, perseguindo um homem nas ruas de São Paulo durante o período eleitoral de 2022 — episódio que ganhou ampla repercussão e causou perplexidade na opinião pública internacional. A avaliação no entorno de Lula é de que esse histórico reforça o argumento jurídico de que a parlamentar cometeu delitos típicos e incompatíveis com qualquer proteção baseada em liberdade de expressão ou imunidade parlamentar.

      A expectativa do governo brasileiro é de que as autoridades italianas reconheçam o caráter penal comum da sentença e atendam ao pedido de extradição. Ainda que o processo possa levar semanas ou até meses, o contexto jurídico internacional é favorável à extradição, sobretudo pela clareza dos crimes atribuídos à deputada.

      Zambelli deixou o Brasil na tentativa de escapar do cumprimento da pena imposta pelo STF. A fuga foi interpretada pelo Ministério da Justiça como um agravante que reforça a necessidade de sua imediata devolução ao país para que cumpra sua pena em regime fechado. A Polícia Federal já acionou os canais de cooperação jurídica com a Itália e aguarda resposta oficial.

      Não não há, até o momento, indício de que o governo italiano pretenda oferecer resistência ao pleito brasileiro. A Constituição da Itália veda a extradição de cidadãos italianos natos, mas Zambelli não possui nacionalidade italiana. Além disso, o tratado de extradição entre os dois países, em vigor desde 1989, prevê a colaboração mútua em casos de crimes penais graves, como os atribuídos à parlamentar.

      Caso a extradição seja concedida, Zambelli retornará ao Brasil sob custódia da Polícia Federal e será imediatamente encaminhada para cumprimento da pena determinada pelo STF. Sua prisão é mais um capítulo do cerco jurídico a figuras centrais do bolsonarismo que atentaram contra as instituições democráticas brasileiras. 

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