Governo intensifica articulações para barrar anistia no Congresso
Planalto tenta barrar movimento da oposição, que busca votação da anistia após conclusão do julgamento de Bolsonaro
247 - Na semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu reforçar a articulação política no Congresso, informa o g1. O objetivo é conter a movimentação da oposição, que pressiona pela aprovação de um projeto de anistia aos investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
A Frente Ampla no Congresso foi acionada pelo Planalto para segurar a votação na Câmara dos Deputados. Caso o texto avance na Casa, onde partidos como o PL e o Centrão articulam em favor da proposta, a expectativa do governo é de que o Senado funcione como barreira final. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, declarou que confia na rejeição do projeto pelos senadores.
“Nós não concordamos com a anistia, além do que ela é inconstitucional”, disse Gleisi Hoffmann. Ela ressaltou ainda que o STF já consolidou entendimento de que não cabe anistia para crimes cometidos contra a democracia.
Oposição aposta em força do Congresso
Na contramão, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), avaliou que a anistia pode ser aprovada com apoio expressivo em ambas as Casas. Para ele, se a proposta passar com ampla maioria entre os deputados, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não terá condições políticas de segurar a tramitação.
Segundo Cavalcante, a votação pode ocorrer logo após o julgamento do STF sobre Bolsonaro, o que daria fôlego à oposição para ampliar a pressão pela aprovação. O Supremo retoma nesta terça-feira (9) o julgamento do processo que acusa Jair Bolsonaro e outros sete réus de tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula em 2023.