Governo avalia filiação de Sabino em partido aliado
União Brasil decidirá nesta quarta (8) o futuro do ministro do Turismo; Planalto já articula alternativa para mantê-lo na base governista
247 - O União Brasil convocou uma reunião de sua Executiva Nacional para a próxima quarta-feira (8), quando deve definir se expulsará ou não o ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), da legenda. O anúncio foi feito por Ronaldo Caiado, presidente do diretório do partido em Goiás, em meio à crescente tensão entre o ministro e a cúpula partidária.
Segundo apuração da analista de política Clarissa Oliveira, no Live CNN, caso a expulsão se concretize, o governo federal já articula uma solução alternativa: a filiação de Sabino a uma sigla da base aliada. A informação foi divulgada pela CNN Brasil, que apontou que interlocutores próximos ao Planalto já discutem essa possibilidade de forma reservada.
A crise interna expõe as contradições do União Brasil, que integra formalmente a base governista, mas tem alas que atuam de forma independente ou até oposicionista ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo sob risco de expulsão, Celso Sabino segue no cargo, amparado por parlamentares da legenda, sobretudo na Câmara dos Deputados. O impasse já dura três semanas e se tornou um símbolo das dificuldades do governo em manter coesa sua aliança com partidos de centro.
Entre as alternativas discutidas pela direção do União Brasil, há também a hipótese de uma punição mais branda, semelhante à cogitada pelo PP no caso do ministro André Fufuca, que poderia perder o controle do diretório regional, mas preservaria sua filiação. Para o Planalto, o cenário ideal é manter Sabino no cargo, mesmo que o partido adote uma postura mais crítica, preservando a presença de um aliado estratégico no Ministério do Turismo.
De acordo com Clarissa Oliveira, a estratégia do governo busca “abrir espaço para uma reaproximação com setores do centrão em um momento mais próximo às eleições, especialmente se o ambiente nas pesquisas de opinião se mostrar mais favorável”.
A disputa em torno do futuro de Sabino também tem relação direta com o calendário eleitoral de 2026. O ministro pretende disputar novo mandato no Pará e aposta na visibilidade do cargo e na realização da COP30 em Belém como trunfos políticos. Mesmo com o União Brasil se inclinando à oposição, Sabino tenta se manter próximo ao governo para garantir apoio em sua base eleitoral.