União Brasil marca reunião para decidir futuro de Celso Sabino após ele decidir permanecer no governo Lula
Ministro do Turismo desafiou determinação da legenda de deixar cargos no governo Lula, e Ronaldo Caiado defende punição por “infidelidade partidária”
247 - O União Brasil vai realizar uma reunião da Executiva Nacional na próxima quarta-feira, 8 de outubro, para decidir sobre a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, do partido. A informação foi anunciada neste domingo (5) pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em publicação nas redes sociais.
“Após tratativas com o presidente Antonio de Rueda, comunico que está decidida a realização, na próxima quarta-feira, dia 08/10, de Reunião da Executiva Nacional do União Brasil para decidir a expulsão do deputado Celso Sabino por reiterada infidelidade partidária”, escreveu Caiado.
A medida ocorre depois de Sabino adiar sua saída do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contrariando uma determinação da cúpula do União Brasil para que todos os filiados deixassem cargos federais. Segundo Caiado, a decisão é necessária para garantir que o partido seja “comandado por quem realmente se posiciona contra o Governo do PT e luta contra a venezuelização do nosso País”.
Além do pedido de expulsão, o governador goiano anunciou que também pretende dissolver o diretório estadual do União Brasil no Pará — controlado por Sabino — e reestruturar sua direção nos municípios.
O processo disciplinar contra o ministro foi aberto na última sexta-feira (3) e prevê dois procedimentos: a expulsão de Sabino e a destituição da Executiva do partido no Pará.
Em 18 de setembro, a Executiva Nacional havia aprovado uma resolução que determinava prazo de 24 horas para que todos os filiados pedissem exoneração de cargos no governo federal, sob pena de “ato de infidelidade partidária”.
“A Comissão Executiva Nacional, no uso das suas atribuições estatutariamente consignadas, resolve determinar a todos os filiados do União Brasil que requeiram a sua imediata exoneração dos cargos públicos de livre nomeação e exoneração e/ou funções de confiança eventualmente ocupados no âmbito da Administração Pública Federal Direta (ministérios) ou indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista)”, diz o texto aprovado. “A exoneração exigida deverá ser efetivada em até 24 horas, a contar da data da aprovação desta resolução.”
Celso Sabino havia indicado que deixaria o Ministério do Turismo “nas próximas semanas”, mas voltou atrás e informou a aliados que permaneceria no cargo, o que agravou o impasse com a direção nacional do União Brasil.