Gleisi diz que Bolsonaro "apela a uma intervenção estrangeira" após publicação com Trump e Netanyahu
Para a ministra, ao apoiar o ataque dos EUA ao Irã, Bolsonaro reforça ser "um sujeito servil a interesses externos"
247 - Em publicação nas redes sociais neste fim de semana, Jair Bolsonaro (PL) posou ao lado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, gesto que provocou forte reação da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). “Bolsonaro não entende que o Brasil e os brasileiros são a favor da paz e da soberania dos países. Seu apoio à dupla de extrema-direita Trump-Netanyahu, nas redes sociais, só confirma que é um sujeito servil a interesses externos”, escreveu Gleisi no X, antigo Twitter. Ela ainda apontou que o ex-mandatário “apela a uma intervenção estrangeira” no momento em que avança o julgamento de seus crimes no Supremo Tribunal Federal (STF). “Soberania, democracia e Justiça não existem em seu dicionário”, afirmou.
A postagem de Bolsonaro, segundo o jornal O Globo, foi feita logo após o anúncio de que os Estados Unidos realizaram três ataques a instalações nucleares do Irã, país em conflito com Israel há cerca de duas semanas. Em sua conta, o ex-mandatário brasileiro publicou uma montagem de seus encontros com os líderes estrangeiros e escreveu: “dê-me 50% da Câmara e 50% do Senado que eu mudo o destino do Brasil”.
Ele também compartilhou o pronunciamento de Trump sobre os bombardeios, no qual o republicano declarou que as Forças Armadas dos EUA realizaram um “ataque muito bem-sucedido” contra alvos iranianos. Segundo Trump, os bombardeios atingiram as cidades de Natanz, Isfahã e a instalação subterrânea de Fordow, conhecida como o “coração” do programa nuclear iraniano.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reforçou o apoio ao ataque com uma citação ao Império Romano. “Paz não se conquista com ingenuidade, pacifismo acima de todas as consequências ou desarmamento. Melhor modelo é o do secular império romano: ‘si vis pacem, para bellum’ (se quer paz, prepare-se para a guerra)”, afirmou.
O posicionamento dos Bolsonaro contrasta com a posição oficial do governo brasileiro. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores condenou “com veemência” a ação militar, classificando-a como uma violação da soberania do Irã e do direito internacional. “Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala”, alertou o Itamaraty no comunicado.
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