Ex-diretor da PRF é condenado a pagar R$ 500 mil por favorecer Bolsonaro em 2022
Justiça aponta uso da estrutura e imagem da PRF para favorecer campanha à reeleição do ex-presidente por meio de redes sociais e atos oficiais
247 - O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi condenado a pagar multa de R$ 500 mil por uso indevido do cargo para promover a candidatura de Jair Bolsonaro durante a eleição presidencial de 2022. Segundo o UOL, a decisão desta terça-feira (15) reconhece que Vasques utilizou a estrutura e a imagem da PRF em benefício político entre agosto e outubro daquele ano.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o então dirigente “utilizou sua posição institucional e a imagem da PRF para promover, reiteradamente, o então presidente da República e candidato à reeleição, por meio de entrevistas, postagens em redes sociais e atos públicos oficiais”. O caso incluiu episódios simbólicos, como a entrega de uma camisa com o número 22 — que correspondia ao número eleitoral de Bolsonaro — ao então ministro da Justiça, Anderson Torres, em 26 de setembro de 2022, na véspera do segundo turno, em comemoração ao aniversário dele.
Outro ponto citado na decisão foi a publicação de conteúdo explícito de campanha nas redes sociais. Em 29 de outubro de 2022, um dia antes da votação, Vasques divulgou um story no Instagram com a frase “vote 22 - Bolsonaro presidente”. Na mesma conta, sua foto de perfil exibia a farda e um boné da PRF, associando diretamente a instituição à mensagem eleitoral.
A Justiça entendeu que essas condutas feriram o princípio da impessoalidade e caracterizaram promoção pessoal de candidato por servidor público em exercício de função de comando. A multa de meio milhão de reais reforça, segundo a decisão, a gravidade do uso de aparato estatal em disputas eleitorais.