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EUA mantêm tarifa antidumping sobre alumínio da CBA

Departamento de Comércio concluiu que empresa vendeu 18,74% abaixo do valor de referência

Fábrica de alumínio em Pindamonhangaba, SP (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

247 - O Departamento de Comércio dos Estados Unidos decidiu manter em vigor a tarifa antidumping aplicada sobre produtos de alumínio da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), medida que está em vigor desde 2021. A informação foi divulgada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que destacou que a revisão mais recente analisou o período de 2022 a 2023.

Segundo o órgão norte-americano, a CBA teria comercializado suas folhas de alumínio a um preço 18,74% inferior ao considerado “justo”. O mecanismo atinge especificamente folhas de alumínio com espessura igual ou inferior a 0,2 milímetro. De acordo com especialistas ouvidos pelo Broadcast, revisões desse tipo raramente resultam na suspensão ou flexibilização de medidas já aplicadas, o que reforça a manutenção da tarifa contra a companhia brasileira.

Impacto limitado no mercado

Apesar da decisão dos Estados Unidos, o impacto sobre os negócios da CBA tende a ser restrito. Dados divulgados pela própria empresa em março deste ano mostram que 88% da receita é obtida no mercado interno. Apenas cerca de 10% da produção é destinada à exportação, sendo que apenas 3% desse volume tem como destino o mercado norte-americano.

Procurada pela reportagem para comentar a atualização da medida antidumping, a CBA preferiu não se pronunciar até o fechamento do texto.

Tarifas oriundas do governo Biden

As tarifas antidumping contra folhas de alumínio brasileiras com espessura de até 0,2 milímetro foram impostas em novembro de 2021, após o Departamento de Comércio dos Estados Unidos concluir investigação sobre práticas de dumping e a Comissão de Comércio Internacional confirmar prejuízos à indústria doméstica. A medida também alcançou exportadores de países como Armênia, Omã, Rússia e Turquia.

Desde então, o mecanismo passou por revisões anuais. Em junho de 2024, o Departamento de Comércio confirmou, em resultado final da revisão administrativa de 2021–2022, que havia indícios de vendas abaixo do valor de referência. Em dezembro do mesmo ano, a avaliação preliminar referente a 2022–2023 chegou à mesma conclusão, consolidando a permanência das sobretaxas.

Atualmente, em 2025, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mantém a política de defesa comercial em vigor.

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