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      Alckmin: tarifaço de Trump afeta 3,3% das exportações brasileiras

      Vice-presidente afirma que impacto das tarifas é limitado e defende diversificação de mercados para reduzir dependência dos EUA

      O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin - 28/07/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado (23) que o Brasil está preparado para superar a crise aberta pelas tarifas impostas pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As declarações foram feitas durante debate sobre conjuntura política promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília. A informação foi publicada pela Agência Brasil.

      Segundo Alckmin, o impacto direto sobre as exportações brasileiras é relativamente pequeno diante do histórico da relação comercial entre os dois países. “Vai passar. Na década de 1980, era 24% a nossa exportação para os EUA, praticamente um quarto das exportações brasileiras. Hoje, é 12%. E o que está afetado é 3,3%. Isso é o que está afetado no tarifaço”, explicou.

      Setores mais atingidos

      O vice-presidente detalhou que cerca de 36% das exportações brasileiras aos Estados Unidos foram afetadas pela tarifa de 50%, incidindo principalmente sobre a indústria de manufatura, como máquinas, equipamentos, calçados e produtos têxteis. “Indústria de máquinas, equipamentos, calçados e têxtil. Esses são os que sofrem mais. Porque comida, [como] carne, se eu não vendi lá, eu vou ter outros mercados. Não vai cair o mundo. Café, se eu não vendi lá, vou vender em outro lugar. Agora, produto manufaturado é mais difícil de você realocar. Acaba realocando, mas demora um pouco mais”, afirmou.

      Apesar das medidas adotadas por Trump, Alckmin destacou que 42% dos produtos brasileiros ficaram de fora da sobretaxa de 50%, enquanto outros 16% entraram em tarifas globais, aplicadas também a países como China e Índia, envolvendo aço, alumínio e cobre.

      Estratégia de negociação e expansão de mercados

      Na condição de principal articulador do Brasil nessa disputa comercial, Alckmin assegurou que o governo continuará pressionando por revisões nas tarifas impostas. “Não vamos desistir de baixar essa alíquota e tirar mais produtos”, disse.

      Ele ressaltou ainda que a crise pode acelerar a diversificação da pauta comercial brasileira. O vice-presidente citou as negociações em curso para fechar o acordo Mercosul-União Europeia até o fim do ano, além de tratativas com o EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça), Singapura e Emirados Árabes Unidos.

      Medidas internas e reação internacional

      O governo federal anunciou medidas para minimizar os efeitos do tarifaço, como abertura de linhas de crédito, suspensão de tributos sobre insumos importados (drawback) e aumento do percentual de restituição de tributos federais às empresas afetadas.

      No plano internacional, o Brasil já apresentou uma reclamação formal na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas norte-americanas. Alckmin destacou que o caso pode avançar também em tribunais dos próprios Estados Unidos. “Você não pode usar política regulatória por razões partidárias, políticas”, criticou.

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