Deputados pedem investigação contra Nikolas Ferreira por campanha de demissões de críticos de Kirk
Parlamentares do Psol acionam o Ministério Público do Trabalho contra o deputado, acusado de perseguição a trabalhadores
247 - Nove deputados do Psol protocolaram na terça-feira (16) uma representação no Ministério Público do Trabalho (MPT) contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL). A informação foi publicada originalmente pela Folha de S.Paulo e repercutida pelo portal InfoMoney. Segundo os parlamentares, Nikolas teria incentivado demissões de trabalhadores que criticaram a morte do comentarista americano Charlie Kirk, assassinado em 10 de setembro nos Estados Unidos.
De acordo com a denúncia, o parlamentar vem utilizando suas redes sociais para pressionar empresas e órgãos públicos a afastar funcionários que manifestaram opiniões negativas sobre Kirk. Em alguns casos, a pressão resultou em desligamentos. A representação aponta que tal prática configura abuso de direito e assédio laboral por convicções políticas, o que fere garantias previstas no artigo 5º da Constituição.
Casos de pressão e demissões
Entre os episódios citados pelos deputados estão o pedido de demissão de um funcionário do Theatro Municipal de São Paulo e a dispensa da stylist Zazá Pecego, da Vogue Brasil. A profissional negou ter comemorado a morte de Kirk, mas acabou desligada na sexta-feira (12). Outro caso ocorreu em Recife, onde Nikolas celebrou publicamente a demissão de um médico.
Além do deputado, a representação também pede investigação sobre o empresário Tallis Regence Coelho Gomes, que apoiou a campanha e difundiu a hashtag #DemitaExtremistas.
Reações e declarações
Os parlamentares afirmam que há uma estratégia articulada para constranger trabalhadores por suas opiniões políticas. “Trata-se de uma campanha, orquestrada pela extrema direita, de perseguição e amedrontamento dos trabalhadores em razão de suas opiniões e convicções políticas não alinhadas às pautas da extrema direita”, escreveram.
Em resposta, Nikolas afirmou à Folha que a única reação possível é “mandar eles caçarem um lote para capinar”. Já o empresário Tallis declarou sentir-se “orgulhoso” de combater o que considera extremismo e defendeu que “celebrar a morte de pessoas não merece emprego”.
Assinaturas e próximos passos
O documento entregue ao MPT é assinado por Guilherme Boulos, Erika Hilton, Célia Xakriabá, Henrique Vieira, Ivan Valente, Luciene Cavalcante, Talíria Petrone, Tarcísio Motta e Paulo Lemos. Até o momento, o Ministério Público do Trabalho não informou quais medidas adotará após o recebimento da representação.


