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      Deputada bolsonarista admite usar seu próprio bebê como "escudo" humano em ocupação da Câmara

      Júlia Zanatta (PL-SC) levou a filha de quatro meses ao protesto golpista e publicou vídeos com a criança no colo

      Deputada Júlia Zanatta posa para foto com aliadas, na mesa diretora da Câmara dos Deputados, e com a filha (Foto: Reprodução/Instagram)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) causou polêmica ao levar sua filha de quatro meses para a ocupação do plenário da Câmara dos Deputados, em protesto promovido por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo reportagem do Metrópoles, a parlamentar admitiu em publicação nas redes sociais que utilizou a criança como “escudo” durante a ação, que ocorreu entre terça (6) e quarta-feira (7), em resposta à prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

      Em uma das transmissões ao vivo feitas do local, Zanatta aparece sentada na cadeira da presidência da Câmara com a bebê no colo e solicita fraldas aos seus seguidores. “Os que estão atacando minha bebê não estão preocupados com a integridade da criança (nenhum abortista jamais esteve) eles querem é INVIABILIZAR o exercício profissional de uma MULHER usando SIM uma criança como escudo. CANALHAS!”, escreveu a deputada ao responder críticas.

      A atitude foi alvo de denúncia. O deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Casa, acionou o Conselho Tutelar do Distrito Federal, solicitando apuração por possível exposição indevida da criança a risco físico e institucional. O órgão, no entanto, ainda não havia se manifestado até a manhã de quinta-feira (7).

      Denúncia por risco à integridade da criança

      No ofício enviado ao Conselho Tutelar, Reimont afirma que a presença da criança em um ato político de confronto ao comando da Câmara pode configurar violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece a proteção integral de menores. Para ele, a conduta da parlamentar “suscita sérias preocupações quanto à segurança da criança, que foi exposta a um ambiente de instabilidade, risco físico e tensão institucional”.

      O documento reforça ainda que a ocupação do plenário por deputados bolsonaristas foi “irregular e deliberadamente confrontacional”.

      Ocupação em protesto contra o STF e em defesa de Bolsonaro

      A ação da oposição começou na terça-feira (6), com a ocupação simultânea das mesas diretoras da Câmara e do Senado, liderada por parlamentares bolsonaristas. O objetivo era pressionar pelo avanço de três pautas principais: o projeto de lei da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023; a proposta de emenda à Constituição que põe fim ao foro privilegiado; e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

      Na Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente interino da Casa, reagiu com a convocação de uma sessão de votação para a noite de quarta-feira. Ele ameaçou suspender por seis meses o mandato dos deputados que resistissem à retomada dos trabalhos. Ainda assim, só conseguiu reassumir a mesa diretora após as 22h. Em seu discurso, Motta destacou: “Não podemos deixar que projetos pessoais e até projetos eleitorais possam estar à frente do que é maior que todos nós: o nosso povo”.

      No Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) também se posicionou contra as pressões da oposição e afirmou que não aceitará “intimidações”. Cabe a ele a decisão sobre eventuais processos de impeachment contra ministros do STF, como o que foi requerido contra Moraes, mas ele não sinalizou disposição em acolher o pedido.

      Sessão retomada com formato semipresencial

      A mobilização de parlamentares bolsonaristas atrasou a retomada dos trabalhos legislativos, previstos para ocorrer logo após o recesso parlamentar. A sessão da Câmara da noite de quarta-feira precisou ser realizada no formato semipresencial, com a possibilidade de participação remota dos deputados.

      Zanatta continuou postando vídeos e fotos ao longo da noite e madrugada, documentando sua permanência no plenário com a filha no colo.

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