Câmara discutirá inelegibilidade de Bolsonaro em outro momento, diz Sóstenes
A estratégia da oposição é adiar o debate até que o ministro Kassio Nunes Marques, nomeado por Bolsonaro, assuma a presidência do TSE
247 - O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do Partido Liberal na Câmara, afirmou em entrevista à CNN Brasil que a questão da inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) não será tratada no projeto de anistia que tramita no Congresso. Segundo ele, o próprio ex-presidente autorizou a retirada do tema da proposta que está em discussão entre parlamentares.
“O presidente Bolsonaro me autorizou a retirar a elegibilidade do projeto. Esse tema será discutido em outro momento”, declarou Sóstenes, reforçando que a discussão sobre a possibilidade de Bolsonaro voltar a disputar eleições ocorrerá em outro contexto.
Anistia restrita e cálculos políticos
Inicialmente, o discurso do líder do PL era de defesa de uma anistia “ampla, geral e irrestrita”. No entanto, o texto que circula atualmente entre os deputados já não inclui esse formato abrangente. De acordo com Cavalcante, o mérito da proposta ainda será debatido com o relator responsável: “Nós ainda não discutimos o mérito. Vamos discutir com o relator”, afirmou.
A estratégia, segundo o parlamentar, é adiar o debate sobre a inelegibilidade de Bolsonaro até que o ministro Kássio Nunes Marques assuma a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que deve ocorrer em junho. Esse movimento é visto como parte do cálculo político da oposição, que tenta ajustar o texto para garantir apoio e viabilidade no Congresso.
Votação de urgência aprovada
Na última quarta-feira (17), a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para o projeto apresentado por Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). A proposta prevê anistia para pessoas envolvidas em “manifestações reivindicatórias de motivação política”. Embora a urgência tenha sido aprovada, o resultado do julgamento de mérito ainda é incerto, já que o texto divide opiniões no plenário.