Aliados querem capitalizar câncer de Bolsonaro para avançar com anistia
Bolsonaristas veem diagnóstico como “janela de oportunidade”
247 - O anúncio do diagnóstico de câncer de pele de Jair Bolsonaro (PL) passou a ser visto por aliados como um elemento político capaz de influenciar a votação da anistia a ele e a outros condenados por tentativa de golpe de Estado.
Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, aliados acreditam que a notícia desperta solidariedade em deputados ainda indecisos, o que pode se traduzir em votos favoráveis. Um interlocutor do grupo, em condição de anonimato, declarou: “Quem está em cima do muro se solidariza e vota a favor”. A avaliação é de que a conjuntura cria uma “janela de oportunidade” que precisa ser explorada rapidamente.
Pressa na tramitação da anistia
O temor entre bolsonaristas é de que a comoção provocada pelo estado de saúde de Bolsonaro tenha prazo curto, razão pela qual defendem acelerar a análise do mérito da proposta de anistia. O cálculo político é que o cenário atual pode ampliar as chances de aprovação.
Na quarta-feira (17), horas após a confirmação pública do câncer, a Câmara dos Deputados aprovou, por 311 votos a 163, o regime de urgência para o projeto. Isso significa que o tema passará a tramitar de forma mais acelerada, sem depender de comissões temáticas.
Relatoria em disputa
Com a urgência aprovada, cabe agora ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicar um relator para a matéria. Esse parlamentar terá a tarefa de dialogar com as bancadas e construir um texto que possa ir a plenário.
Motta já vinha articulando para frear a possibilidade de uma anistia considerada “ampla, geral e irrestrita”. A alternativa em debate é uma versão mais restrita, que trate de redução de penas em vez de extingui-las completamente.
O desenrolar da discussão mostrará se a condição de saúde de Jair Bolsonaro será um fator de pressão política.


