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Bolsonaro descarta fugir para os EUA 'para não ficar longe da Michelle'

Ex-mandatário disse a aliados que acredita que será preso até outubro, mas diz preferir cumprir pena no Brasil ao lado da mulher e filhos

Jair Bolsonaro e Michelle (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - Jair Bolsonaro confidenciou a aliados que não cogita deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos, mesmo diante do risco iminente de prisão. O principal motivo, segundo o ex-mandatário, é emocional: ele afirma que não suportaria a distância de sua esposa, Michelle Bolsonaro. As informações são da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. 

Michelle, que permanece no Brasil e desponta como figura de relevância crescente na política nacional, é hoje presidente do PL Mulher e é considerada uma forte candidata da direita nas eleições de 2026 — seja ao Senado, seja até mesmo à Presidência da República. Segundo relato de interlocutores, Bolsonaro avalia que um eventual afastamento prolongado do convívio com a ex-primeira-dama seria mais penoso do que enfrentar a Justiça brasileira.

Ainda Na avaliação do ex-presidente, seria menos traumático cumprir pena em regime domiciliar, ao lado da família, enquanto aguarda a tramitação de um projeto de anistia que, segundo ele, será inevitavelmente aprovado “mais cedo ou mais tarde”.

Na terça-feira (14), a Procuradoria-Geral da República solicitou a condenação de Bolsonaro por participação em organização criminosa. A expectativa entre investigadores é de que ele seja condenado e preso até outubro.

Apesar das especulações sobre um possível pedido de asilo político aos Estados Unidos — reforçadas por declarações do presidente norte-americano Donald Trump, que o classificou como alvo de “perseguição política” —, Bolsonaro tem reiterado a decisão de permanecer no Brasil. A possibilidade de fuga chegou a ser discutida nos bastidores do Supremo Tribunal Federal, mas, até o momento, a Corte não tem clareza sobre os próximos passos do ex-presidente.

Em conversas reservadas com aliados próximos, Bolsonaro tem repetido que não seguiria o mesmo caminho do filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal que já está nos EUA. Ele sustenta que, caso fosse preso no Brasil, em regime domiciliar, manteria a rotina de convivência com Michelle e poderia receber frequentemente a visita dos filhos.

Além de Eduardo, que vive no exterior, os outros quatro filhos de Bolsonaro permanecem no Brasil e também teriam dificuldade para se mudar. Flávio Bolsonaro é senador, Carlos é vereador no Rio de Janeiro, Jair Renan exerce mandato em Balneário Camboriú (SC) e a caçula, Laura, vive com a mãe. A permanência em território nacional, portanto, garantiria a proximidade com a família. Outro fator decisivo apontado por aliados é o temor de que uma eventual fuga seja vista como covardia, o que comprometeria sua base política. 

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