Azul salta mais de 60% na Bolsa em corrida de investidores
Ações da aérea em recuperação judicial nos EUA acumulam mais de 200% de valorização em um mês
247 - As ações da Azul tiveram forte disparada nesta segunda-feira (8), registrando valorização de 63,4% e atingindo R$ 1,88, segundo informações divulgadas pelo Valor Econômico. O avanço levou os papéis a entrarem em leilão na B3, impulsionados por uma corrida de recompras de investidores que haviam apostado na queda da companhia.
Esse movimento ocorre quando operadores que venderam ações sem tê-las em carteira — esperando lucrar com a desvalorização — precisam recomprá-las às pressas para evitar prejuízos, o que gera uma escalada abrupta dos preços. De acordo com o Valor, o volume de negociação da Azul chegou a R$ 311,1 milhões até as 15h, mais que o dobro do giro total da última sexta-feira (5), tornando-se o quinto maior da Bolsa no dia.
Recuperação judicial e volatilidade
A Azul está em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, sob o regime conhecido como Chapter 11. Apesar do salto de 213,3% no último mês, os papéis ainda acumulam queda de 46,8% no ano. Essa disparidade reflete tanto a volatilidade quanto as incertezas do mercado em relação à capacidade da companhia de se reestruturar financeiramente.
Posição vendida e efeito no mercado
Um relatório da XP, citado pelo Valor Econômico, aponta que até a última sexta-feira (5) cerca de 21,4% das ações da Azul estavam em posição vendida, ante 19,7% em 22 de agosto. Esse aumento da exposição de investidores ao cenário de queda ajuda a explicar a intensidade da corrida de recompras observada nesta segunda-feira.
Gol também reage
O movimento não se restringiu à Azul. As ações da Gol, outra companhia aérea brasileira, avançaram 38,6%, cotadas a R$ 8,40, também em leilão. O volume, porém, foi mais modesto: R$ 8,76 milhões, ainda assim mais que o dobro do registrado na sexta-feira.