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Azul amplia devolução de aviões no processo de reestruturação

Companhia pede à Justiça dos EUA para devolver mais cinco aeronaves Embraer em meio à renovação da frota

Azul (Foto: Aquiles Lins)

247 - A Azul Linhas Aéreas deu mais um passo em sua estratégia de reorganização de frota e solicitou à Justiça dos Estados Unidos autorização para devolver cinco aeronaves Embraer da geração anterior (E1), atualmente fora de operação. A informação foi divulgada pelo Valor Econômico. O pedido, protocolado dentro do processo de recuperação judicial pelo “Chapter 11”, inclui também a devolução de um motor Pratt & Whitney. As informações são do Brazil Stock Guide.

De acordo com o jornal, o caso será analisado pelo juiz Sean H. Lane, da corte de Nova York, em audiência marcada para 21 de outubro. Com esse novo requerimento, a companhia já pediu a devolução de 20 aeronaves não operacionais e nove motores desde que ingressou no processo de recuperação judicial nos EUA, em maio deste ano.

Reestruturação e liquidez

O movimento ocorre um dia após a Azul apresentar oficialmente à corte norte-americana seu plano de reestruturação, um documento de mais de 200 páginas. Nele, a empresa detalha a meta de reduzir cerca de US$ 2 bilhões de dívidas e captar aproximadamente US$ 950 milhões em novos recursos para reforçar a liquidez da operação.

No segundo trimestre, a aérea fechou com 186 aviões em operação e pretende reduzir em 35% sua frota futura planejada, abrindo caminho para devolver aeronaves que enfrentam dificuldades de manutenção devido à escassez global de peças.

Proteção judicial e foco em eficiência

Pelas regras do “Chapter 11”, a Azul pode escolher quais aeronaves manter em sua frota, reduzindo custos de devolução, enquanto arrendadoras ficam impedidas de reaver os aviões até o fim do período de proteção judicial. Essa margem tem sido utilizada para concentrar a operação nos modelos mais modernos, especialmente os Embraer E2, de nova geração.

A Azul aguarda agora a votação do plano de reestruturação pelos credores, prevista até 1º de dezembro. A audiência de confirmação, quando o juiz decidirá sobre a aprovação final do plano, está marcada para 11 de dezembro.

Relação com a Gol e atuação do Cade

A reestruturação também impacta as negociações com a Gol. Embora uma possível união de forças tenha perdido fôlego, ambas as companhias continuam sob análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em razão do acordo de codeshare firmado no ano passado.

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